Page 35 - A LÍNGUA PORTUGUESA NA CIBERCULTURA C.
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A  norma  padrão  é  uma  tentativa  de  refrear  artificialmente  as  variações

             linguísticas que representam um processo inerente à língua. Segundo Bagno (2007,

             p. 37), as variações linguísticas são um processo natural da língua, e acreditar que

             a língua é uma entidade acabada, pronta, correta e perfeita é o grande problema. O
             autor enfatiza que "não são as variedades linguísticas que constituem “desvios” ou

             “distorções”  de  uma  língua  homogênea  e  estável.  Ao  contrário:  a  construção  de

             uma  norma-padrão,  de  um  modelo  idealizado  de  língua,  é  que  representa  um

             controle dos processos inerentes de variação e mudança". (BAGNO, 2007, p. 37).

                    Nesse sentido, não há certo e errado quanto a forma de usar a linguagem. O

             que é necessário é uma adequação da fala à situação comunicacional, portanto,
             esse  tema  precisa  ser  debatido  na  sala  de  aula,  para  evitar  o  preconceito.  O

             preconceito  quanto  às  variantes  linguísticas  está  presente  nas  escolas,  com

             professores e determinados livros didáticos.

                    Preti (2001) diz que diversos professores afirmam que não há julgamentos,

             exclusão,  ou  preconceitos,  mas  a  grande  maioria  censura  o  uso  das  variantes  e

             afirma que é uma linguagem inculta, de pessoas de menor prestígio social, quando
             na realidade ela é a linguagem de um determinado grupo de pessoas. À guisa de

             ilustração, citamos a gíria. Na atualidade ela é vista como uma variante de menor

             prestígio social.

                    Pretti  (2005,  p.  01)  afirma  que  “ela  é  tão  estigmatizada  que  os  próprios

             usuários  de  gírias  têm  essa  noção,  assumem  a  ideia  de  que  essa  linguagem  é

             proibida e só eles podem fazer uso dela enquanto participantes do grupo.” Segundo

             Preti (2005) '“há diversas variantes lexicais. Há variantes de maior prestígio e de
             menor prestígio.” Na realidade, uma língua tem prestígio de acordo com o prestígio

             que seus falantes têm em nossa sociedade.

                    De acordo com Gnerre (1998, p. 78), “uma variedade linguística vale o que

             vale na sociedade os seus falantes.” Podemos notar que a linguagem de um grupo






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