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FRAGMENTA HISTORICA Cristóvão Mendes de Carvalho ‐ História de um alto
magistrado quinhentista e de sua família
crédito em Guimarães, como dote de 600.000 reais , com
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demonstram as inúmeras Paula Vieira , fal. depois de
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escrituras nesse sentido que 1577 , filha de António Vieira
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existem nos notariais. Sucedeu na do Canto, cavaleiro fidalgo e juiz
capela dos Mártires de Marrocos dos órfãos de Guimarães , e de
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no convento de São Francisco,
que sua mãe instituiu, e nas casas moradores nesta vila (AMAP, Colegiada 932, fól. 54v a
55).
de seu pai na Rua de Santa Maria, 385 A 24.10.1567, “nas pousadas de António Vieira do
onde viveu. Morou também na Canto caualeiro fidalgo morador na dita uila apareceu
Rua da Sapateira (hoje Rua da Manuel da Cunha da Mesquita fidalgo morador nesta
Rainha), na mesma freguesia, nas uila genro do dito António Vieira pelo que Manuel
da Cunha foi dito que he uerdade que ele he paguo e
casas que foram de seu avô Rui satisfeito de seiscentos mil reis que lhe prometerão em
Mendes , que portanto ficaram casamento por bestidos que ele seu sogro dera a sua
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para seu pai. A 22.8.1586 estava filha Paula Vieira e asi peças d’ouro como também de
ausente, quando Manuel Soares, prata e assim também camas e peças de casa e assi
o lugar de São Pedro cuja propriedade he de Nossa
tabelião, e sua mulher, fizeram à S.ra da Oliueira que estaua emprazado na dita Paula
Senhora Francisca da Silva, todos Vieira primeira uida […] e assi por o dito contrato estar
moradores em Guimarães, um cumprido se deu por quite ao dito António Vieira seu
instrumento de fiança a toda a sogro” (AMAP, Notarial nº 7, fól. 256v). E a 12.11.1563,
na vila de Guimarães, nas casas de morada de António
parte da fazenda e quinhão e Vieira do Canto, cavaleiro fidalgo estando presente sua
legítimas de Manuel da Cunha mulher a Senhora Leonor Gonçalves, moradores na
da Mesquita, ausente, filho dela dita vila, por eles foi dito que entre as mais cousas que
Francisca da Silva, dona viúva, tinham prometido de dar em casamento a Manuel da
Cunha, fidalgo da Casa d’el rei, casado com Paula Vieira
mulher de Gaspar da Cunha da sua filha, era um prazo do lugar que se chama da Lágea,
Mesquita, fidalgo, moradora na sito na freguesia de São Pedro de Azurém do termo
Rua de Santa Maria. Manuel desta vila, cuja propriedade é do Cabido de Santa Maria
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da Cunha da Mesquita casou 1ª da Oliveira e assim um campo pegado com ele com sua
divisão junto do caminho que está abaixo da pegada de
vez cerca de 1560 , com um São Pedro da dita freguesia que é de herdade de dízimo
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a Deus e que deste campo e sua devesa eles António
Vieira e sua mulher faziam doação ao dito Manuel da
382 Num prazo do Cabido de 16.3.1576 refere-se nas Cunha e sua mulher de hoje para todo o sempre (AMAP,
confrontações que “entestam com casas que foram Colegiada 932, fól. 64v a 66)
do contador velho e ora são de Manuel da Cunha da 386 Marcelo Meira Amaral Bogaciovas e Rui Jerónimo
Mesquita” (AMAP, Colegiada 932j, fól. 134v a 136v). Lopes Mendes de Faria, “Cantos e Rochas, de
383 AMAP, Colegiada 932s, fól. 242 a 243. Guimarães, São Gens e Santana de Parnaíba”, in Revista
384 A 4.11.1563, nas casas do Doutor Duarte Sanches, da ASBRAP (Brasil), Nº 21.
estando presente Manuel da Cunha, fidalgo da Casa 387 A 13.5.1577, “nas pousadas do S Manuel da Cunha
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d’el rei, por ele foi dito que era verdade que António de da Mesquita fidalguo estando hy presente a S Paula
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Azevedo, que estava juiz dos órfãos na dita vila, lhe dera V sua molher moradores na dita uila por ela Paula V
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licença para casar com Paula Vieira, filha de António foi dito em presença de mim tabalião pu e das test
as
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Vieira do Canto, cavaleiro fidalgo morador nesta vila, ao diante nomeadas q no mulhor modo em forma e
sendo ele de idade de dezoito anos, e depois sendo de em direito podia fazia e constituía como de feito fez e
or
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idade de dezanove anos e meio lho mandara entregar, constituio por seu abastante p ao dito M da Cunha
e porquanto nisto podia haver algum rosco (?) ao dito seu marido com libeia e geral administração para que
António de Azevedo por não haver idade de vinte anos, em nome dela S constituinte possa aceitar a partilha e
ra
disse Manuel da Cunha que lhe perdoava e remia toda sorte que lhe cabe erdar da fazenda que ficou por morte
e qualquer acção cível ou crime que contra ele pudesse e falecime de Guaspar da Cunha que esta em glória pai
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ter, quer em razão do seu dote como por qualquer e sogro dela constituinte e asi sobre a legítima que dele
outro interesse, porquanto ele casara muito por sua erda possa fazer todo o concerto composição e louuar
vontade sem constrangimento nem induzimento de se em partidores ou partidor que lhes bem parecer e
parte alguma e se contentará e foi muito satisfeito asi em qualquer pessoa que ficar as contas e partilhas
como com efeito o era agora do dote que lhe fora entre eles ditos Manuel da Cunha e ela constituinte e a
prometido e dado e por disto ser contente mandou S Francisca da Silua sua mãe e sogra” (AMAP, Notarial
ra
fazer este instrumento. Foram testemunhas o Doutor nº 14, fól. 199).
Duarte Sanches e Gonçalo Rebello, cavaleiro fidalgo, 388 Assim consta na documentação de Guimarães.
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