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Marcos Moreno – A primeira pergunta é sempre igual pra to-
               dos os protetores: quando e por que você começou a ser uma
               protetora de animais?
               Fabiana Lombardi – Tudo começou quando tive acesso às re-
               des sociais. Antes disso, já cheguei a resgatar alguns cachorros
               atropelados, mas não tinha ideia de como era a vida dos ani-
               mais de rua e abandonados. Quando eu comecei nessa causa,
               não conhecia nenhuma protetora ou simpatizante. Comecei
               a ver as publicações das maldades e abandonos, o que jamais
               pensei que existia. Isso há 9 anos! Nunca pensei em ser uma
               protetora, apenas queria somar no trabalho de algumas delas


               Marcos Moreno – Quando você se propôs a fazer o que faz,
               tinha ideia da proporção que essa atitude iria tomar?
               Fabiana Lombardi – Foi tudo acontecendo muito devagar, nem
               eu sei como explicar. Aos poucos fui adicionando protetoras,
               vendo os resgates. Ajudava como eu podia, tanto financeira-
               mente  como  pedindo  ajuda,  mas  nunca  imaginaria  que  eu
               teria a coragem e a força de me tornar uma protetora! Não é
               tão lindo e fácil como todos pensam, pelo contrário. Tem mais
               momentos de sofrimento do que momentos lindos.

               Marcos Moreno – Você  sabe  quantos  animais  já  resgatou?
               Tem um controle disso?
               Fabiana Lombardi – Não tenho controle de quantos animais
               resgatei. Já foram muitos.

               Marcos Moreno – Todos esses animais ficam na sua casa?
               Fabiana Lombardi – Os animais que estão comigo hoje não
               ficam todos na minha casa. Não cabe. Estão em outras casas e
               hoteizinhos, mas ficam sob minha responsabilidade.

               Marcos Moreno – Você procura adoção para esses animais?
               Fabiana Lombardi – Já tive várias adoções, boas e péssimas,
               com final trágico, inclusive! Hoje poucos vão para adoção. Te-
               nho que conhecer muito bem a pessoa e deixar bem ciente de
               que eles vivem muitos anos e dos gastos. Adoção para mim é a
               parte mais difícil de um resgate.


               Marcos Moreno – Você sofre preconceito por ter abraçado essa
               causa?
               Fabiana Lombardi – Sofro preconceito todos os dias, pois o
               mundo do abandono e dos maus tratos é invisível para a maio-
               ria! O que eu mais escuto é: “Você não vai salvar o mundo,
               você passa dos limites, gasta demais, pede demais. Você não
               é normal”. E muitos outros julgamentos que magoam e me
               fazem, às vezes, desacreditar do ser humano.
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