Page 166 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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           insondáveis  são  os  seus juízos,  e  quão  inescrutáveis,  os
           seus caminhos!”  (Rm  11.33).
                   Essa doutrina torna conhecida a irreversibilidade da
           vontade  divina.  “Diz  o  Senhor  que  faz  estas  cousas
           conhecidas  desde  séculos”  (At  15.18).  Desde  o  princípio,
           Deus propôs  glorificar a Si mesmo  “na igreja e em Cristo
           Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre” (Ef 3.21).
           Visando  esse  fim  é  que  Deus  criou  o  mundo  e  formou  o
           homem. Seu plano onisciente não foi derrotado com a queda
           do homem, porquanto, na pessoa do “Cordeiro que foi morto,
           desde  a  fundação  do  mundo”  (Ap  13.8),  contemplamos  o
           conhecimento antecipado dessa queda.  O propósito de Deus
           não se pode desviar pela maldade do homem desde a Queda,
           segundo  se  percebe  claramente  nas  palavras  do  salmista:
           “Pois até a ira humana há de louvar-te; e do resíduo das iras
           te cinges”  (SI 76.10).  Pelo fato que Deus é onipotente,  sua
           vontade  não  pode  ser  frustrada.  “Os  propósitos  dEle  se
           originam na eternidade e são levados adiante, imutavelmente,
           até  a  eternidade.  Estendem-se  a  todas  as  suas  obras  e
           controlam todos os acontecimentos. Ele ‘faz todas as cousas
           segundo  o  conselho  da  sua  vontade’”  (Dr.  Rice).  Nem  o
           homem,  nem o diabo podem resistir-Lhe com sucesso,  por
           isso também se lê:  “Reina o S en h o r;  tremam os povos”  (SI
           99.1).
                  Essa doutrina exalta a graça divina.  A  graça é um
           favor não  merecido.  E,  visto  que  a graça é dada aos  que
           nada merecem, aos que merecem o inferno, e que nenhuma
           reivindicação possuem diante de Deus, então a graça é livre.
           Ela pode  manifestar-se ao pior dos pecadores.  Mas,  pelo
           fato de ser oferecida aos  que  são  destituídos de  dignidade
           ou mérito,  a graça é soberana,  isto é,  Deus concede a sua
           graça a quem Lhe apraz.  A  soberania divina ordenou que
           alguns sejam condenados pelos seus pecados, a fim de ficar
           demonstrado  que  todos  merecem  esse  fim.  Mas  a  graça
           divina intervém e retira, dentre a humanidade perdida, um
           povo  para  o  nome  de  Deus,  para  ser,  durante  toda  a
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