Page 168 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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O  Valor                                               161





            3.  R e p u d ia   a  H e resia  da  Salvação  pelas  O b ra s

                   “Há caminho que ao homem parece direito,  mas  ao
            cabo dá em caminhos de morte”  (Pv  14.12).  O caminho que
            “parece direito”  mas que termina em “morte” eterna é o da
            salvação  pelo  esforço  e  mérito  dos  homens.  A  crença  na
            salvação pelas  obras é  típica da natureza humana.  Não  que
            isso  sempre  assuma  a  forma  grosseira  das  penitências
            romanistas ou mesmo do “arrependimento” protestante,  isto
            é, o sentir tristeza por causa do pecado, o que jamais exprime,
            em  sua  plenitude,  o  significado  da  doutrina  do  “ar­
            rependimento”  conforme as  Escrituras.  Qualquer coisa  que
            conceda ao  ser humano uma participação  na salvação é um
            erro  semelhante  àqueles.  Dizer,  como  muitos  pregadores
            infelizmente dizem:  “O Senhor Deus está disposto a fazer a
            parte  dEle,  se  você  fizer  a  sua”,/é  uma  miserável  e
            indesculpável  negação  da  boa  mensagem  da  graça  divina.
            Declarar que Deus ajuda àqueles  que ajudam a si mesmos é
            repudiar uma das mais preciosas verdades ensinadas na Bíblia,
            isto é, que Deus ajuda àqueles que são incapazes de ajudarem
            a si mesmos,  que tentaram por repetidas vezes,  mas sempre
            fracassaram.  Dizer  que  a  salvação  do  pecador  depende  da
            ação de sua própria vontade é apenas expressar de outro modo
            o dogma da salvação pelos esforços humanos;  e esse dogma
            avilta a Deus. Em última análise, qualquer iniciativa da vontade
            é uma obra humana; é algo que parte de mim mesmo, é algo
            que  eu faço.  Mas  a  doutrina  da  soberania  de  Deus  bate  o
            machado à raiz dessa árvore maligna,  declarando:  “Assim,
            pois,  Hão depende de quem quer ou de quem corre,  mas de
            usar Deus a sua misericórdia”  (Rm 9.16).  '
                   Alguém diria que tal doutrina levará os pecadores ao
            desespero.  Respondemos: que assim seja; é exatamente esse
            tipo de desespero que o escritor almeja que se torne comum.
            Enquanto  o  pecador  não  desespera  de  qualquer  ajuda  que
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