Page 33 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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28                                           Deus é Soberano


           diferente das demais, nada possuindo em comum senão o fato
           de terem sido criadas; e quem havia para desafiar esse direito
           de Deus? Se Lhe aprouvesse, poderia ter trazido à existência
           um  mundo  tão  imenso,  que  suas  dimensões  ultrapassariam
           totalmente os cálculos finitos;  e,  se assim Ele se dispusesse,
           poderia criar um organismo tão pequeno  que nem sequer o
           mais poderoso microscópio poderia revelar a sua existência
           aos olhos humanos. Ele tinha o soberano direito de criar, por
           um lado,  os nobres serafins para refulgirem ao redor do seu
           trono e, por outro lado, o minúsculo inseto que morre à mesma
           hora em que nasce.  Se o Deus onipotente ordenou que exista
           vasta graduação no seu universo, desde o serafim mais elevado
           até o réptil, desde os planetas nos seus cursos até os átomos,
           desde  o  macrocosmo  até  o  microcosmo,  ao  invés  de  uma
           completa uniformidade,  quem haveria para questionar o seu
           soberano beneplácito?
                  Pense, pois, no exercício da soberania de Deus muito
           tempo  antes  de  o homem ter visto  a luz  pela primeira vez.
           Com quem Deus tomou conselho, na criação das suas criaturas
           e  na  colocação  delas  em  seu  devido  lugar?  Contemple  os
           pássaros  voando pelo  ar,  os  animais vagando pela terra,  os
           peixes  nadando  nos  mares  e pergunte,  então:  “Quem  fez  a
           diferença  existente  entre  eles?  Não  foi  o  Criador  que  de
           maneira  soberana  determinou  os  vários  habitats  e  a  várias
           adaptações para a existência deles?”
                  Dirija o seu olhar para os céus, contemple os mistérios
          da soberania divina que ali confrontam o observador perspicaz:
           “Uma é  a glória do  sol,  outra a glória da lua,  e outra a das
          estrelas;  porque  até  entre  estrela  e  estrela há diferenças  de
          esplendor”  (1  Co  15.41).  Por que existem essas diferenças?
          Por que o sol é mais glorioso do que os planetas que o cercam?
          Por que há estrelas de primeira grandeza e outras de décima
          grandeza?  Por  que há  desigualdades  tão  espantosas?  E por
          que há estrelas cadentes,  “estrelas errantes”  (Jd 13),  ou seja,
          estrelas arruinadas? A única resposta possível é:  “Por causa
          da tua vontade vieram a existir e foram criadas”  (Ap 4.11).
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