Page 151 - O vilarejo das flores
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Sei que você deve estar achando monótono ficar por aqui, mas você
        precisa pensar, refletir. E este é o melhor lugar.

        —Aqui é um hospital?
        —Podemos chamá-lo assim.
        —Mas um hospital tem mais pacientes e este só tem... eu. – Concluiu
        Aimeé perdendo a paciência novamente.

        —Como eu disse – continuou Tobias no mesmo tom calmo – Você
        precisa refletir e com mais pessoas não conseguiria. Por isso está
        aqui sozinha.
        —Mas..

        —Volto daqui a pouco. Pode andar por aí. – Dizendo isso desapareceu
        num piscar de olhos.
               Aimeé,  contrariada,  resolveu  seguir  o  conselho  de  Tobias.
        Andou pelo local em busca de alguém, mas tudo parecia tão deserto

        que dava tédio. Caminhava e parecia não chegar a lugar algum, quando
        ouviu uma voz de um aposento e correu na direção. Em uma sala,
        encontrava-se um homem deitado e ao redor dele algumas pessoas
        de branco, não conseguia enxergar quantas, pois estava muito claro e

        foi ficando mais claro, tanto que Aimeé teve que tampar os olhos. De
        repente, a claridade passou e quando voltou a abrir os olhos, todos
        haviam sumido. Sem entender o que tinha acontecido, Aimeé voltou
        a seus aposentos. Deitou-se e pensou em tudo que tinha ocorrido

        em sua vida. Pensava como seria se tivesse conversado com Francis
        e esclarecido tudo, mas agora era tarde. Acabou pegando no sono.
        Acordou com Tobias a seu lado esboçando um sorriso amigável.
        —Como vai?

        —Tobias! - Disse Aimeé num pulo da cama- Eu já estou bem. Porque
        não posso ir embora?
        —Paciência irmã, paciência. – Pediu ele – Percebo que tem pensado
        bastante e isso e bom.

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