Page 156 - O vilarejo das flores
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vai te conduzir a partir de agora. Voltarei para te buscar.
Tobias tornou a desaparecer. Aimeé disse um tímido “oi”
para Sarah, que apenas sorriu.
—Eu vou te ajudar a entrar em contato com a terra. Peço que
mantenha a concentração. – Pediu Sarah com gentileza e firmeza na
voz.
Aimeé consentiu e Sarah continuou.
—Feche seus olhos e concentre-se em sua respiração.
Aimeé começou a respirar fundo e a voz de Sarah, aos poucos,
começou a ficar mais baixa. Começou a sentir um peso, dificuldade
para se mover e na respiração. Sarah comandou que abrisse os olhos
e mantivesse a calma, pois tudo iria se estabilizar.
Aimeé abriu os olhos e viu uma sala à sua frente com uma
mesa redonda forrada com uma toalha amarela. Em frente a ela, havia
uma mulher que a encarava. A mulher perguntou: “Ciganinha? ”
Aimeé teve o impulso de corrigi-la, mas ouviu Sarah dizer: ”.
Neste lugar, tu serás conhecida assim. ” Acalmou-se e passou a mão
no cabelo que estava curto. Aimeé desesperou-se: “Meu cabelo! ”
Uma das mulheres, calmamente, trouxe uma peruca e a colocou. “A
senhora deseja algo mais? ” Perguntou a mulher. Aimeé a encarou
surpresa e acenou agradecendo. Foi neste momento que Aimeé
percebeu que estava no corpo de outra pessoa. A mulher da sala
ofereceu vinho e cigarros, os quais Aimeé recusou.
—Pode mandar entrar a primeira? - Perguntou a mulher.
Aimeé tentou responder, mas não conseguiu falar direito.
Usar a fala em outro corpo era muito difícil. Novamente, ouviu Sarah
dizer que consentisse a entrada da primeira pessoa. Aimeé tentou
falar com Sarah, mas não teve sucesso. Esta pediu calma e disse que
tudo ficaria bem.
A primeira cliente entrou. Era um jovem com uns 30 anos no
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