Page 161 - O vilarejo das flores
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—Tobias! - Exclamou Aimeé virando-se – Eu vi meu pai.
        —Eu sei. Como você, ele está se esforçando muito também.

        —Minha mãe não conseguiu...
        —Eu sei. – Ele interrompeu com ternura- Mas, por hora, só podemos
        enviar luz para ela. Tenha fé. Tudo vai ficar bem.
               Ela balançou a cabeça afirmativamente.

        —Pronta para sua próxima viagem?
        —Como? - Perguntou Aimeé sem entender.
        —Sarah nos espera.
        —Ah! Certo. Vamos então.

               Tobias conduziu Aimeé à sala branca e nela viveu nova
        experiência de incorporação. Neste dia, ela fez um comentário com
        Tobias no final da sessão.
        —Este lugar onde fico, tem tantas imagens. O que significam?

        —Na terra, as pessoas vivem na matéria e precisam de algo palpável
        para se religar a Deus. Então a humanidade criou as religiões. Todas
        elas têm um fundamento e possuem uma conexão entre si. Há
        àqueles que por terem encontrado o seu caminho em determinada

        doutrina, julgam que o outro irmão deva seguir o mesmo caminho.
        Mas esquecem de que a busca é individual e que cada um tem a sua
        estrada. Essa doutrina onde você está é chamada de Umbanda. Nela,
        os médiuns recebem vibrações dos seres mais próximos a terra.

        Alguns fumam, bebem e ficam nesta doutrina até se aprimorarem.
        Por isso, a irmã te ofereceu cigarros e bebida. Eles estão acostumados
        a estes irmãos que chegam e precisam ainda disso.
        —Agora entendi. Todas as religiões são assim? – Perguntou Aimeé

        curiosa.
        —Não.  O importante,  a  saber,  é  que cada  uma  tem  suas
        particularidades. Quando você estiver pronta te levarei a outros
        lugares. Hora de descansar.

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