Page 157 - O vilarejo das flores
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máximo. Sentou na cadeira e disse:
        —Boa tarde, dona ciganinha!

        —Boa tarde! -  balbuciou Aimeé alguma coisa parecida.
        —Estou aqui para saber se meu marido está me traindo? – Disse a
        jovem mulher cheia de atitude.
               Aimeé levantou as sobrancelhas e ficou boquiaberta. Não

        podia crer no que tinha ouvido. Ouviu Sarah interceder: ”. Você
        pode falar Aimeé, mas devagar. Como é sua primeira vez em um
        corpo, pode ter alguns problemas com a fala. Tudo que eu disser,
        você passará para esta irmã. ”

               Aimeé encarou a moça e disse:
        —Você  preocupa-se  demais.  Eu  sei  que  você  anda  atrás  do  seu
        marido, tentando descobrir se ele te trai, mas na verdade o que você
        tem é falta do que fazer, baixa autoestima e desprezo a Deus.

        Precisa se amar mais. Está com muito tempo livre e no lugar de
        tomar conta de seu filho pequeno, fica procurando chifre na cabeça
        de cavalo.
               A mulher engoliu em seco.

               Aimeé continuou:- Seu filho precisa de atenção, de cuidados.
        Leva seu filho para ele brincar, leva as festas. Daqui a pouco ele vai
        se revoltar contra você. Ele precisa de uma mãe, não o seu marido. A
        partir de hoje você vai dar mais atenção ao seu filho, e procurar algo

        para fazer. Vai arrumar um trabalho, arrumar a casa. Precisa ocupar
        sua mente com coisas úteis e comece a perdoar seu pai por ele ter
        saído de casa. Por isso que você tem essas inseguranças. Mas, filha,
        nem todo homem é igual ao seu pai. Confie em si mesma e tudo vai

        dar certo. Tenha mais fé.
        —Como eu faço para perdoar ele? Que trabalhos eu posso fazer?-
        suplicava a mulher aos prantos.
        —O melhor trabalho é o amar sem esperar em troca. Eu vou ditar e

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