Page 8 - O vilarejo das flores
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—E que pessoas seriam essas? - continuou ele com o mesmo tom
amigável.
—Pessoas más, que perseguem os outros sem motivo. - disse ela
alterando o tom de voz.
—E como seriam essas pessoas “más”? - perguntou ele gentilmente.
—Pessoas que fazem o mal, porque são invejosas e egoístas e querem
tudo dos outros. Só se satisfazem se enganar, roubar ou perseguir
gente de bem. - disse ela já começando a gesticular com raiva.
—Já parou para pensar que essas pessoas podem ser boas? -
questionou ele conservando a serenidade.
—Boas? -virou-se indignada para ele - Essas pessoas não podem ser
boas. Uma pessoa do bem não diria mentiras, não enganaria. Ele me
enganou, eu o amava e ele me traiu! Francis... - Aimeé começou a
ficar nervosa e exaltada.
—Sua memória está voltando - dizendo isso o homem colocou o
dedo indicador na altura da glândula Timo de Aimeé e pediu para
ela respirar.
—Ele é um traidor e merece o pior dos castigos! - acusava ela com
raiva e chorando.
—Respire fundo - pediu ele.
—Ele fez isso comigo! Por quê? Eu nunca fiz mal a ele...
—Então é justificável alguém fazer mal ao outro se tiver recebido o
mesmo?
—Como assim? - perguntou ela sem entender.
—Você disse que ele te enganou, sem nunca tê-lo enganado. Se você
o traísse, você mereceria essa traição por parte dele?- desafiou.
—Mas eu não o traí...
—Se você o traísse, mereceria essa traição por parte dele?-repetiu o
homem com firmeza.
—Seria como uma vingança. Mas ele não tinha o direito de me trair.
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