Page 13 - O vilarejo das flores
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—Você acha que isso é brincadeira? - disse ele com expressão de
        raiva.

        —Enquanto eu estiver aqui, vocês não vão levar os animais. - disse
        ela com autoridade.
        —É? Você estando aqui ou não, nós vamos levar os animais. Quero
        ver quem vai me impedir? - desafiou ele indo embora.

        —Vamos ver. Amanhã estarei aqui. – devolveu Aimeé.
        —Ótimo!
        —Ótimo!
               Os meninos seguiram o mais velho e Aimeé esperou até que

        todos descessem o vale. Um pouco depois ela foi para casa e chegou
        batendo os pés furiosa. Brígida percebeu assustada que a filha estava
        muito aborrecida. Chocou-se com sua ferocidade. Aimeé sempre foi
        muito sensata e calma. Era difícil vê-la alterada. Sentou-se a seu lado

        e tentou acalmá-la.
        —O que foi filhinha? - disse ela com o tom meigo de sempre.
        —Estou com tanta raiva, mãe!
        —Por quê?

        —Estava chegando ao vale, quando vi uns garotos querendo pegar os
        cavalos, acho que para vender ou então para trabalhar para eles, não
        sei. Sei que espantei todos e um deles veio tirar satisfação comigo!
        Provavelmente não tinham o que fazer e vieram perturbar os cavalos

        que não faziam nada.
        —Olha Aimeé, sei que você gosta muito dos animais. Mas esses
        rapazes devem ser pobres. Você não sabe o motivo deles. Às vezes
        precisavam de dinheiro para comprar comida. E você sabe que os

        animais vieram para nos ajudar.
        —Sim eu sei mãe, mas seria errado eles separarem os animais, não
        seria? Eles são uma família.
        —Querida, não cabe a nós dizer  o certo ou o errado. Não fique

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