Page 14 - O vilarejo das flores
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brigando com esses meninos.
—Eu fiquei furiosa porque ele também ficou zombando de mim.
—Não se aborreça com isso filha. Lembre-se que nós tivemos a
oportunidade de estudar e trabalhar. Nada nos falta. Mas eles, de
repente só tem o que comer quando conseguem algum dinheiro.
Você estuda, tem uma família que te dá apoio.
—Eu sei que eles precisam de ajuda, mas àquela família é tão linda.
Nasceu até um potrinho.
—É querida! Sei que está indignada, mas tudo acontece conforme
Ele quer. Agora vá se lavar que o almoço está quase pronto.
A mãe de Aimeé sempre procurou ser tolerante com seus
semelhantes e sempre tentou fazer com que Aimeé entendesse que
a paciência e a tolerância caminham juntas. Mas para Aimeé, este
assunto não iria acabar assim.
Depois do almoço, Aimeé dirigiu-se para o vilarejo para
ajudar nas ornamentações do festival. De longe, ela viu Sancler
ajudando nos arcos de flores. Ele era amigo de Aimeé desde a
infância. Faziam peripécias juntos e conversavam durante horas.
—Sancler! - chamou ela.
—Oi menina! - disse ele num sorriso de lado a lado - Vai ficar só
olhando ou vai ajudar? - brincou.
—Que bom vê-lo. Sobrou algo para eu fazer? Parece que você já fez
tudo.
—Não quero me gabar, mas só meu irmão gêmeo deixaria tudo tão
perfeito. –brincou.
—E você não quer se gabar, hein? Tão humilde.
-Claro! Uma pessoa perfeita tem que ser humilde. – brincou ele
descendo a escada - Bibiana veio te procurar.
—É? Deve ser o vestido. Venha! - disse ela arrastando ele para um
banco da praça - Quero te contar o que aconteceu comigo hoje no
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