Page 19 - O vilarejo das flores
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volta para casa tem comida e uma cama quentinha te esperando.
        Nós temos que suar por um prato de comida. Aqui você não está no

        seu mundo de conto de fadas. Aqui é o mundo real. Volte para casa
        menina rica! As bonecas te esperam. - retrucou ele estupidamente.
        Ela ficou perplexa olhando para ele.
        —Francis! Pegamos um. - disse um dos meninos referindo-se ao

        rapaz mais velho.
        —Ótimo! Vamos andando. -disse Francis
               Aimeé ficou estarrecida com as palavras dele e continuou
        imóvel olhando eles irem embora carregando um dos cavalos.

        Chegou aérea à sua casa, sentindo-se mal por ter tudo ao seu redor
        e eles terem que batalhar pela sobrevivência. Sua mãe, Brígida, logo
        percebeu que algo estava errado ao vê-la pensativa.
        —O que foi filha?

        —Nada mãe. - respondeu cabisbaixa.
        —Se não é nada, porque essa expressão de melancolia?
        —É que levaram um cavalo...
        —Meu Deus Aimeé! Eu disse para não voltar. Essas pessoas não têm

        escrúpulos. Ainda bem que não te fizeram mal.
        —Mãe... - disse Aimeé triste levantando a cabeça.
        —Diga querida.
        —Porque existem pessoas pobres?

        —Querida, existem pessoas que precisam lutar para conquistarem
        seus objetivos. Se eles tivessem uma condição boa, o comodismo
        reinaria. Lutar por sua sobrevivência é o aprendizado deles.
        —Mas se Deus quer que todos prosperem como permite que tenham

        pessoas passando necessidades? - questionou ela.
        —Cada um tem o que precisa. - interrompeu o pai- Você não deve
        ter pena dessas pessoas. Elas terão tudo que necessitam para viver, só
        precisam trabalhar e persistirem mais. Se persistirem conseguirão,

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