Page 9 - O vilarejo das flores
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—disse Aimeé tentando defender-se.
        —E você não tem o direito de julgá-lo. - disse ele - Traição e vingança

        são duas palavras que andam juntas e na verdade elas só ganham
        poder pelo ego das pessoas. Você não sabe o motivo dele ter feito
        isso. Sabe? - diante da expressão atônita dela, ele continuou – Apenas
        sabe o que viu e ouviu. Agora deixe a raiva de lado e tente entender:

        traição não existe. Existe o que você precisa no momento. O que
        você precisava era acreditar em si mesma e ter fé.
        —Escute, não sei quem é você, nem que lugar é este, mas eu sou
        a vítima aqui. Fui enganada. - grasnava ela irada, sem saber o que

        falar - ele..
        —Você que se enganou. – rebateu ele sem perder a calma - Não
        existem vítimas, e sim questões que precisam ser resolvidas. Mas
        cada um decide resolver de um jeito. Esse jeito, no lugar de ajudar,

        acaba piorando tudo. Porque se deixam levar pelo ego e pela vaidade.
        —Quem é você afinal de contas? - perguntou Aimeé indignada – E
        porque estou ganhando tanta bronca?
        —Por hora basta saber que sou Tobias e estou aqui para te ajudar.

        –disse ele sorrindo.
        —Ajudar dando bronca? – perguntou contrariada.
        -Não estou dando bronca, estou orientando. Quando uma mãe
        orienta, ela não está brigando. Está?

        —Mãe? Minha mãe! - Aimeé lembrou-se de sua mãe- Onde está
        minha mãe?
        —Ela não está aqui. Agora vou levá-la novamente ao seu leito e
        poderá descansar.

        —Mas eu não quero descansar! - protestou.
        —Tudo a seu tempo – acalmou Tobias - Paciência. Feche os olhos,
        logo volto.
        Aimeé ficou um tempo deitada de olhos fechados e acabou pegando

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