Page 83 - O vilarejo das flores
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despediu de Bibiana e Daelia.
Entrou em casa como um foguete e subiu as escadas sem dar
atenção as perguntas de Zaquiel. Este subiu atrás dela e ao chegar no
quarto de Aimeé viu a esposa quebrando a cabeceira da cama dela.
—O que é isso mulher! Vai destruir o quarto de Aimeé?
Brígida abriu um buraco na cabeceira e tristemente surpresa
contestou que Bibiana falava a verdade. Pegou o diário e mostrou
ao marido que a olhava com um ar de interrogação.
—Esse é o diário de Aimeé. – disse Brígida mostrando ao marido.
—Diário?
Brigida contou a Zaquiel tudo que Bibiana havia dito e que
tinha esperança que tudo fosse um terrível mal-entendido. Abriu
o diário e começou a ler para ele que se sentou atônito com o que
ouvia. O desespero tomava conta de seu peito. A única pergunta que
vinha a sua cabeça era ”onde foi que eu errei?” As lágrimas rolavam
dos olhos dele.
Brígida mal conseguia ler com os olhos marejados de lágrimas.
O sentimento era que seu castelo de areia havia desmoronado. A
cada palavra do diário sentiam a vergonha e o desespero crescer. Até
que Zaquiel levantou e disse:
—Já basta! Não quero ouvir mais nada.
—O que vamos fazer querido?- perguntava Brígida aos prantos.
—Vamos descer. Deixe tudo como está.
Aimeé cantarolava no caminho para casa. Viu a manada
de cavalos, “A partir de amanhã vou morar pertinho de vocês.
Todos as manhãs darei bom dia e quando for a hora de dormir
darei bons sonhos. Ah! Vou tirar logo o vestido do armário para
desamassar! Seremos tão felizes. Meus pais terão que entender. Eles
me amam e concordarão com tudo. É. Assim será.” Pensava Aimeé
confiante. Entrou no vilarejo e percebeu que as pessoas a olhavam e
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