Page 86 - O vilarejo das flores
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Nem tinha conseguido dormir de tão ansioso. O estômago estava tão
embrulhado que não conseguira tomar o desjejum.
No horário, ele seguiu para a casa de Aimeé. Havia poucas
pessoas na rua. Caminhava tranquilo, pois ninguém o conhecia.
Ao chegar, parou em frente a porta, ajeitou-se e bateu.
Esperou ver o sorriso de Aimeé. Bateu mais uma vez e aguardou.
Seu coração batia acelerado. Parecia que estava sonhando. Sua
ansiedade virou desespero a perceber que ninguém atendia. Chamou
por Aimeé, bateu palmas, gritou, mas nada. Deu a volta na casa e
não havia ninguém. Andou em círculos e mais círculos, tentado
encontrar alguém. Por um momento achou que era a casa errada.
Depois pensou que estava em um sonho ou pesadelo onde ninguém
o via. O entregador de leite o viu perto da casa e foi falar com ele.
Vendo que Francis estava muito bem vestido, o cumprimentou
com todo respeito.
—Bom dia senhor! - disse o velho leiteiro.
—Bom dia!- respondeu Francis parecendo em transe-Sabe da família
desta casa? Aimeé e seus pais?
—Ah sim! Pelo que sei, partiram essa madrugada.
—Partiram?- repetiu Francis sentindo as pernas faltarem.
—Sim. Foi essa madrugada. Nem falaram com ninguém do vilarejo.
Eu os vi porque acordo cedo para ordenhar as vacas. Entraram na
carruagem com roupas de viagem, mas...o senhor está bem?
Disse o homem franzindo a testa ao olhar para Francis que estava
pálido.
—Como assim? Eles devem ter dito para onde foram, devem ter dito
alguma coisa! -berrava Francis desesperado, segurando na gola da
blusa do velho leiteiro - Você tem que saber!
—Acalme-se senhor! -Suplicava o homem tentando desvencilhar-se
de Francis - Só sei o que lhe disse, eu juro.
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