Page 85 - O vilarejo das flores
P. 85

Zaquiel começou a chorar e caiu no sofá inconsolável. Aimeé
        aos prantos sentou ao seu lado e colocou a cabeça em seu ombro.

        —Pai...- soluçava Aimeé- Francis virá aqui amanhã e esclarecerá
        tudo, eu juro.
        —Francis...esse é o nome do canalha? -disse Zaquiel fitando a
        filha-  Você não tem culpa filha. Ele é um crápula, já deve ter muitas

        conquistas e você deve ser mais uma. A partir de hoje, ele não cruza
        mais o seu caminho. Nunca mais! Agora suba e apronte-se! Sua mãe
        já arrumou suas malas.
        —O quê? Mas...Para onde eu vou?- perguntou aflita.

        —Nós iremos para um ótimo lugar por uns tempos.
               Aimeé desesperou-se e num surto de loucura berrou com os
        pais:
        —Vocês não vão me levar daqui! Eu vou ficar aqui, não vou embora!

        —Aimeé...- Brígida tentava acalmá-la, mas ela estava incontrolável.
        —Cale a boca!- gritou Zaquiel segurando-a pelos braços tão forte
        que Aimée sentia a sua raiva- Isso tudo é culpa sua! Veja no que se
        tornou? Uma desprezível moça de bordel.

        Aimeé caiu no sofá com os olhos arregalados diante da atitude do
        pai. Brigida puxou a filha pelo braço e subiu para aprontá-la.
        Aimeé ao ver suas malas prontas caiu de joelhos implorando a mãe.
        —Mãe,  por  favor?    Tire  essa  ideia  de  viajar  da  cabeça  do  papai!

        Confie em mim, mãe.
        —Desculpe filha, mas a confiança acabou. - disse Brígida com as
        lágrimas rolando.
        —Não, não pode ser, por favor,...

               Aimeé, num  desespero  súbito, perdeu  os  sentidos  e caiu
        desfalecida. Brigida gritou Zaquiel para socorrê-la.
               O sol mal nascera e Francis estava de pé arrumado. Havia
        mandado reformar o terno de casamento de seu pai para a ocasião.

                                      84
   80   81   82   83   84   85   86   87   88   89   90