Page 97 - O vilarejo das flores
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pego uma moléstia e que estava sob meus cuidados.
—Obrigado.
—Que bom que você comeu tudo. Vou descer e mandar preparar o
jantar. – disse ela sorrindo.
Francis ajeitou-se na cama pensativo. Não era de ficar doente
e por isso seus irmãos deviam estar preocupados. O coração estava
triste, o corpo fraco e a alma vazia. “Será que é verdade?” Indagava-
se sobre tudo que tinha ouvido. De repente sentiu lágrimas rolarem
em sua face. A vida tinha lhe dado outra rasteira. A primeira foi
sua mãe e agora a mulher que ele amava. “Se for verdade, pensava
ele, então tudo que ela disse foi mentira. A crença de que todos são
iguais perante a divindade. Essa divindade é falsa? Não, não pode ser
verdade. Mas porque Bibiana mentiria? Ela sempre soube de nós.”
Francis quase enlouqueceu de pensar sobre o assunto. Tentou
fazer com que Bibiana falasse mais alguma coisa sobre o assunto
durante o jantar, mas ela repetiu a mesma história. Fraco, sem poder
fazer nada, bastava apenas esperar.
Bibiana sentia-se vitoriosa. Tinha conseguido separá-los.
“Agora é só questão de tempo. Viu Aimeé? Eu também posso ser
feliz”. Pensava.
Bibiana cuidava de Francis com muito carinho para ele ficar
muito agradecido a ela. Fazia de tudo para agradá-lo e animá-lo.
Ficava com ele durante as refeições e depois que pôde sair do quarto,
acompanhava-o no jardim para o banho de sol que já estava quase
sem força com a proximidade do inverno.
Depois de quinze dias, Francis estava melhor. Precisava ir
embora, mas Bibiana insistia que ficasse mais uma semana para sua
melhor recuperação. Francis decidiu ficar mais um dia, apenas para
agradá-la. Ela desceu para preparar seu banho e Francis ficou no
quarto pensativo. Aimeé rondava seus pensamentos. Caminhou até a
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