Page 95 - O vilarejo das flores
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—Disse que Aimeé tinha ido embora com os pais. Depois disso
você desmaiou. Teve febre alta, delírios. Pensei que você não fosse
resistir, mas de uns quinze dias para cá, você começou a apresentar
melhoras, até que acordou.
—Não é possível! – disse Francis incrédulo – Eu estou aqui há um
mês, mas...Aimeé? Você a viu?
—Francis, ela não deixou endereço. Pediu-me apenas para te dar um
recado, o qual fico muito triste em dizer. – disse Bibiana
—Recado? Que recado?- perguntou ansioso.
—Disse que estava sem jeito de dizer a você que tudo foi um mal-
entendido. Que ela não pretendia casar-se e por isso foi-se.
—Isso é mentira! - gritou ele - Aimeé nunca faria iss...
Levantou no ímpeto da raiva, mas caiu de fraqueza. Bibiana
o ajudou.
—Você está fraco, precisa de repouso. Vou buscar seu lanche.
Francis mal podia respirar. A respiração faltava ao pensar no
que ouviu de Bibiana. O mundo tinha acabado dentro dele. Sentia
um vazio. Não podia ser verdade. Ele sentia que Aimeé o amava. Era
a única coisa verdadeira em seu mundo. Novamente a porta se abriu
e Bibiana entrou.
—Aqui está. Melhor se alimentar.
—Não quero comer. Só me conte o que aconteceu?
—Ora, eu fiz especialmente para você. Não me faça essa desfeita.
Francis não queria ser grosseiro, então comeu.
—Aimeé veio a minha casa um dia antes de vocês falarem com os
pais dela. Disse que ofereceram uma oferta de emprego para o pai
dela em outra província e que no dia seguinte eles iriam embora.
—Mas porque foram embora de madrugada?
—Porque ela disse que tinha um sujeito estranho seguindo ela e que
poderia ser perigoso sair durante o dia.
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