Page 221 - Fortaleza Digital
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- E você não tem um cartão de crédito?
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      - Tenho, mas meu pai cancelou. Ele acha que estou tomando drogas.
      - Você está tomando drogas? - perguntou Becker, a seco, olhando para o
      antebraço machucado.
      A garota lançou um olhar feroz.
      - Claro que não! - Becker pensou se ela não estaria querendo usá-lo.
      - Puxa, você parece um cara cheio de dinheiro. Não dá para me dar uma grana
      para eu voltar para casa? Eu devolvo depois. Becker pensou que qualquer
      dinheiro que desse para a garota iria acabar nas mãos de um traficante de drogas
      em Triana.
      - Olha, para começar, não sou rico, sou um professor. Mas tem uma coisa que eu
      posso fazer... - Posso ver se você está blefando, é isso que vou fazer.
      - Por que você não deixa que eu compre a passagem para você?
      A loura olhou para ele, desconcertada.
      - Uau! Você faria isso? - Seus olhos brilhavam. - Você compraria uma passagem
      de volta para mim? Puxa vida, obrigada!
      Becker ficou sem fala. Aparentemente ele havia julgado mal a situação. A moça
      abraçou-o.
      - Esse verão foi uma merda - ela soluçou, quase chorando. - Puxa vida, obrigada,
      eu tenho que dar o fora daqui.
      Ele devolveu o abraço sem muita convicção. Quando a garota se afastou um
      pouco, Becker voltou a olhar para o braço dela. Ela seguiu o olhar dele até a
      marca azulada na pele.
      - Feio, né?
      - Achei que você tinha dito que não estava tomando drogas.
      - É marcador permanente! Quase tive que arrancar a pele tentando fazer essa
      coisa sumir. A tinta se espalhou - explicou a garota, rindo. Becker olhou mais de
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