Page 71 - Fortaleza Digital
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Assim como muitos outros que trabalhavam na NSA, ele usava um software
desenvolvido pela própria agência 73
chamado BrainStorm - uma forma sem riscos de desenvolver cenários
hipotéticos dentro do ambiente seguro de um computador. BrainStorm era um
programa experimental que usava inteligência artificial para fazer aquilo que
seus criadores descreviam como
"simulação de causa e efeito': Ele foi idealizado originalmente para ser usado em
campanhas políticas como uma forma de gerar modelagens, em tempo real, de
um determinado ambiente político. Alimentado por enormes quantidades de
dados, o programa criava uma rede de relacionamentos. Essa rede era um
modelo hipotético de interações entre as variáveis políticas, incluindo as figuras
públicas de relevância naquele momento, suas equipes, seus vínculos pessoais
umas com as outras, tópicos polêmicos e motivações dos indivíduos, com
diferentes pesos atribuídos a variáveis como sexo, etnia, dinheiro e poder. O
usuário poderia, então, especificar qualquer evento imaginário, e o BrainStorm
iria predizer como este evento afetaria "o ambiente': O comandante trabalhava
sempre com o BrainStorm, mas não por motivos políticos. Usava-o como um
dispositivo de TFM: Tempo, Fluxograma e Mapeamento. Nesse contexto, era um
software preciso para delinear estratégias complexas e prever fraquezas. Susan
suspeitava que, no computador de Strathmore, havia alguns estratagemas
escondidos que poderiam mudar o mundo. Sim, fui dura demais com ele. Seus
pensamentos foram cortados pelo ruído suave das portas do Nodo 3 se abrindo.
Strathmore entrou apressadamente.
- Susan, David acabou de ligar. Houve um imprevisto.
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CAPÍTULO 16
- Um anel? - Susan parecia desconfiada.-Tankado estava usando um anel?
- Sim. Tivemos sorte por David ter notado. Ele foi realmente competente. - Mas
você está atrás de uma chave e não de jóias.
- Claro, mas acho que são a mesma coisa - disse Strathmore. Susan olhou para
ele, sem entender.
- É uma longa história.