Page 73 - Fortaleza Digital
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instante.
Susan continuava em dúvida.
- No dedo dele? Tão abertamente assim?
- E por que não? A Espanha não é exatamente um centro mundial de
criptografia. Ninguém teria a menor idéia do que aquelas letras significavam.
Além disso, se for uma chave-padrão de 64 bits, mesmo em plena luz do dia
ninguém poderia ler e memorizar todos os caracteres.
Susan parecia perplexa.
- E Tankado deu esse anel a um completo estranho, pouco antes de morrer? Por
quê?
- O que você acha? - Strathmore olhou fundo para ela. Levou apenas um instante
para que Susan compreendesse. Seus olhos se arregalaram.
- Faz sentido, não? - disse o comandante. - Tankado estava tentando se livrar do
anel. Achou que nós o havíamos assassinado. Sentiu que estava morrendo e,
logicamente, acreditou que fôssemos os responsáveis. O timing era muito
perfeito para ser mera coincidência. Achou que tínhamos conseguido atingi-lo
usando veneno ou alguma substância de ação lenta que provocasse uma parada
cardíaca. Ele também sabia que só ousaríamos matá-lo se já tivéssemos
encontrado North Dakota.
Susan sentiu um frio na espinha.
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- Naturalmente - disse em voz baixa. - Tankado achou que havíamos neutralizado
seu "seguro de vida': para que pudéssemos matá-lo também.
As coisas estavam perfeitamente claras para Susan. A morte de Tankado era tão
conveniente para a NSA que, ao sofrer o ataque cardíaco, ele presumiu que a
agência tinha tramado algo contra ele. Seu último instinto foi o de vingança. Ensei
deu seu anel como um último esforço desesperado para tomar a chave pública.
Agora, inacreditavelmente, algum turista canadense possuía, sem suspeitar, a
chave para o mais poderoso algoritmo de encriptação da história. Susan respirou
fundo, depois perguntou:
- E onde está o canadense agora?-- Este é o problema - Strathmore franziu o
rosto.