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daria. Não é possível saber, entretanto, como o dízimo seria dado nem
          quem o receberia em nome de Deus.
                É provável que o dízimo fosse um elemento esporádico na tradição
          religiosa dos patriarcas, ligado à necessidade de “retribuir” a Deus as
          suas dádivas, como na vitória em uma batalha, ou no sucesso em uma
          jornada importante. Seria, então, uma maneira de demonstrar gratidão a
          Deus e de reconhecer seu direito soberano sobre os sucessos da vida.



          O DIZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO


                O inadimplemento do dízimo no Antigo testamento era considerado
          como roubar a Deus (Ml 3:8,10), devido ao reconhecimento de que tudo
          pertence a Ele (SI 50).  Deus agradou-se em dar a Israel uma terra e
          abençoá-lo com prosperidade material. Assim, o dízimo também era
          um símbolo da gratidão a Deus pela sua generosidade (cf. as atitudes
          de Abraão e Jacó).
                 Ainda mais, uma vez que os dízimos serviam para o sustento dos
          levitas e para a assistência social, assim era um ato de adoração ao
          Senhor de toda terra e único autor de toda seara.



          O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO

          Os preceitos mudam ou desaparecem, todavia os princípios são
          imutáveis e permanentes. Nos patriarcas o dízimo ocorre não em
          função do preceito ou mandamento, mas em razão do reconhecimento
          do princípio da bondade e dependência divina (Gn 14.20; 28.22).
                O dízimo é mencionado por Jesus na bíblia quando condena os
          fariseus que eram rigorosos quanto a entrega dos dízimos: “Ai de vós,
          escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do
          endro e do cominho”. Entretanto, ao mesmo tempo Ele declarou:
          “desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé;
          deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas” (Mt 23.23).
          Jesus não está aqui reprovando a entrega dos dízimos, mas a entrega
          com a motivação errada. “A condenação dos fariseus achava-se não no
          fato de entregarem o dízimo das ervas, mas sim no seu zelo por
          bagatelas e na sua negligência pelas coisas mais importantes como a
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