Page 24 - Quando chegar a primavera
P. 24
24
posa do amigo, D. Anória. Cumpria-se o abnegado compromisso em
proteger a filha do coração, Flávia Bolton e o sempre estimado Túlio.
Na oportunidade do primeiro desvio de olhar, Manoel Trigueiro, com
as habilidades de raptor, a um só tempo, estava enfiado dentro da casa
dos Boltons, animado pelo fascínio, que Túlio não soube evitar. Pelas
mãos visguentas de Trigueiro é que ocorre o ingresso inevitável de
Túlio no mundo das sombras evanescentes, filhas do delírio e da
fantasia alucinante. Da ignota pars canabis às pars heroin visavam
diminuir a sensação de angústia, instando função depressora do
sistema nervoso central. Estava feito. Dali por diante, sem o pai, o filho-
presa serviria como receptáculo de controle de indução e comando. O
seu inimigo declarado não escaparia. Alexandre, palerma. Você não
fugirá da onipresença da destruição que te persegue.
No estalido de confortável mansidão, Flávia adormece nos braços de
Lícia Dória que sussurra: Não percorra os labirintos do esquecimento. Sê
conosco!