Page 16 - Na Teia - Mauro Victor V. de Brito
P. 16
região do Largo do Arouche por meio de encontros, debates e atos-
-eventos que acontecem sempre aos domingos. No ano anterior,
de 2015, a Prefeitura de São Paulo inaugurou o primeiro Centro
de Acolhida Especial do Brasil, a Casa Florescer, que ganhou
sua segunda unidade em novembro de 2019. Cada centro abriga
30 mulheres trans e travestis que anteriormente encontravam-se
em situação de rua — situação essa que atinge 24.344 pessoas
na cidade de São Paulo, segundo dados do Censo 2019, divul-
gado pela Prefeitura. A mesma pesquisa versa que, entre 5,3% e
8,9% da população que se encontra em situação de rua em SP,
pertence à comunidade LGBT. Outra iniciativa social presente
na capital é a Casa 1, uma organização mantida pela sociedade
civil que funciona como república de acolhida, centro cultural e
clínica social, recebendo a população LGBT em situação de risco.
Pontos de destaque nesse movimento libertário são as ações do
Supremo Tribunal Federal, que, em maio de 2011, passou a reco-
nhecer e garantir o direito de união estável a casais homoafetivos
e, em junho de 2019, determinou que a discriminação por orien-
tação sexual ou identidade de gênero seja considerada crime. O
“pajubá”, dialeto travesti utilizado como código de segurança para
travestis no período da Operação Tarântula, foi tema de questão
no ENEM 2018, sob forte discussão acerca da inclusão do mesmo
como patrimônio linguístico.
Com o advento da internet, a década de 2010 se torna um
verdadeiro marco para o tema no Brasil: é chegada a hora de
falar sobre. Redes sociais e diversas plataformas passam a ser o
grande epicentro da discussão de gênero e sexualidades, que extra-
pola o campo virtual e vai para as grades de grandes veículos da
mídia, espaços de cultura e lazer que passam a fomentar debates
14