Page 7 - JornalJaneiro2020(10ªEdição)
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Jornal Escolar do Agrupamento de Escolas de Monção                                               janeiro 2020


                                             Escola Secundária de Monção


       CRÓNICA                                                                       Colados ao telemóvel


                    O teu futuro                              hego à escola e, mal entro, vejo a maioria das pessoas com o telemóvel.
                                                         C  Estão em grupo, mas preferem estar a falar ao telemóvel, jogar, ou simplesmente estar nas re-
              primeira                                  des sociais.
         A  coisa                                        Lembro-me  de  quando  era  mais  novo,  no  tempo  em  que  os
       que vejo quando                                  telemóveis não eram o que são e, além disso, nem todos tinham
       saio de casa é o                                 dinheiro para poderem comprar um, pelo que isto não acontecia.
       fumo.  Negro  e                                   Hoje em dia, até as crianças do 1º ciclo têm telemóveis e redes
       intoxicante,  este                               sociais. Daquilo que vejo diariamente, nós vivemos numa socie-
       faz   parte   do                                 dade  em  que  não  se  consegue  passar  sem  tecnologia.  Esta  é
       meu  dia.  Ando                                  uma grande invenção e tem muitos pontos positivos, como, por
       sem  esperança                                   exemplo,  a  facilidade  das  pessoas  comunicarem  entre  si  e  de
       como  todos  os                                  poderem usufruir da “internet”. Mas, como em tudo, também há
       que  estão  na                                   desvantagens,  sobretudo,  quando  as  pessoas  vivem  completa-
       mesma  rua.  An-                                 mente dependentes desses aparelhos, não comunicando, viven-
       tes, o meu cami-                                 do num mundo virtual, num total isolamento.
       nho  era  algu-                                   A sociedade está demasiado viciada no telemóvel. Muitos jovens, em vez de se socializarem, afir-
       mas  vezes  interrompido  pelos  desvios  que  fazia
       para me afastar do lixo. Agora, isso é algo que eu   mam que preferem comunicar por «SMS», havendo mesmo casos em que as pessoas estão uma ao
       faço todos os dias.                              lado da outra, mas comunicam por mensagens eletrónicas. Que mundo estranho, este!
        É este o futuro que eu mereço? É este o futuro   Penso que deveríamos deixar de usar tanto o telemóvel e socializarmos como pessoas que somos,
       que nós merecemos? Um futuro sem esperança e     pois acredito que poderemos ser mais felizes e sentirmo-nos menos solitários.
       assustador. É neste futuro que eu vou viver.                                                        Daniel Calvo, Pedro Torres e Vítor Rodrigues, 9ºB
         A todos aqueles que temiam isto…desculpem-
       me, mas falharam. A todos os que não temiam…,
       obrigado, a culpa é vossa.
        Foram  ditas  tantas  palavras  e  feitas  poucas                               Um simples gesto
       ações. Tanto apoio com nenhuma solução. Se as
       promessas tivessem sido cumpridas, a realidade           aio de casa, entro no carro, ligo o rádio, avisto trân-
       seria diferente.                                         sito, espero, impaciente, chego à portagem. Efetuo
                                                                o
        Este é o teu Futuro porque tu não tentaste mu-   S  pagamento, a mulher, sem reação, abre a barra,
       dar o teu Presente!                              sigo, aborrecida, para mais um dia de trabalho longo e can-
                                                        sativo. Paro no semáforo, os peões atravessam a passadei-
                       Ariana Afonso e Mariana Alves, 9ºA
                                                        ra, olho ao meu redor, vejo de tudo. Adultos mal-humorados
                                                        e sonolentos, entre bocejos e ar de descontentamento, ado-
         “A Aia”                                        lescentes vidrados no telemóvel, crianças a brincar, embora,
                                                        sem  muita  excitação  e  senhoras  aperaltadas  a  pôr  o  seu
                 de Eça de Queirós                      batom,  enquanto  esperam  que  a  fila  comprida  de  carros
                                                        avance.
         E  ste conto fala-nos de um rei que partiu para   Eis que algo me desperta a atenção. Uma voz solene vem do rádio, aumento o volume: “Desafio-te a
       uma  batalha  e  morreu,  deixando  sozinha  a  sua   sorrires para o condutor do veículo ao lado. Se ele também estiver a ouvir isto, sorrir-te-á de volta.”
       esposa e o seu filhinho.                         Confesso que achei alguma piada à brincadeira e sorri. Todos sorriam. A alegria instala-se nas pesso-
         Toda esta história gira em torno de uma perso-  as, os sorrisos abundantes tornam o ambiente mais leve, todos seguem o seu caminho com mais entu-
       nagem principal, a aia, que tem uma atitude he-  siasmo e alegria.
       roica, quando se apercebe que o castelo é invadi-  Percebo  que um simples gesto, por mais insignificante que este seja aos nossos olhos, consegue
       do por um inimigo.                               fazer a diferença e alterar os nossos sentimentos e emoções. Um sorriso, apenas um, multiplicou-se
         Além disso, também desperta interesse e envol-  por muitos e, de repente, toda a gente sorria com ar de satisfação. Apercebo-me que muitas vezes es-
       ve  mistério,  uma  vez  que  retrata  um  ambiente   tamos demasiado focados em pormenores que nos torturam a cabeça e em coisas negativas da vida, e
       medieval  onde  conviviam  escravos  e  reis,  onde   esquecemo-nos que há todo um mundo à nossa volta que pode ser vivido de uma forma mais feliz e
       há batalhas, sangue, dor e morte.                sem tantas preocupações.
         Este  conto  é  de  fácil  leitura,  com  vocabulário   Prossigo a minha viagem de sorriso estampado na cara. Esqueço-me que vou para mais um dia de
       acessível, no entanto, a sua linguagem é bastan-  trabalho. Gosto dessa sensação!
       te rica e expressiva, própria do estilo inconfundí-
       vel de Eça de Queirós.                                                                                         Francisca Costa e Rui Carvalho, 9ºC
         Podemos  acrescentar  que  se  destacam  aqui
       valores  fundamentais,  tais  como:  a  lealdade,  a                                            Pois ambos são sentimentos profundos
       coragem, o espírito de sacrifício, o bem comum,    A                                            Por vezes impetuosos,
       entre outros.                                                                                   Às vezes os sentimentos mudam
         Aconselhamos  vivamente  a  leitura  deste  conto       mor e ódio tão diferentes             E o ódio transforma-se em amor,
                                    por  tudo  aquilo     e ao mesmo tempo tão iguais                  E o amor em ódio.
                                    que foi dito ante-    são como fogo e gelo
                                    riormente  e,  so-    ambos são poderosos e fortes,                Muitos dizem que o amor
                                    bretudo, pelo fim     mas irracionais.                             É mais  intenso que o ódio,
                                    inesperado     e                                                   Mas acho que conheço o suficiente sobre o ódio
                                    insólito.             O gelo derrete                               Para dizer que o ódio é igualmente  grandioso,
                                                          o fogo vira cinzas,                          Pois não existe amor sem ódio,
                                      Adriana, Francis-   O amor vai e volta                           Nem ódio sem amor.
                                      ca, Andreia, Bea-   E o ódio prevalece,                                                 Inês Terças Gonçalves,9°B
                                      triz, Luísa, Maria-  e dificilmente se desvanece.
                                         na e Rui, 9ºC
                                                        O ódio é o amor às avessas,

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