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Em Terra Alta oferecia-se um charuto cuidadosamente colocado ao lado das
xicrinhas de fina porcelana.
Como estratégia para manter o interesse nestas reuniões, Victor começou a
promover verdadeiros concursos de degustação de charutos, com cobertura da
imprensa e premiações.
O grupo de Victor se auto intitulou a Confraria do Tabaco e ainda não haviam
completado um ano de degustações consecutivas quando Victor foi chamado
por um dos seus confrades mais assíduos, o velho e muito venerável juiz
Huberto Granzia, que propôs a fundação do Clube Internacional de
Havanófilos.
O juiz oferecia um casarão de sua propriedade, situado numa das principais
praças da cidade, enorme e senhorial, para sede da sociedade e como única
contrapartida à doação do imóvel, queria permanecer vitaliciamente como
presidente honorário do Clube. Desde que Victor aceitasse de imediato e por
aclamação, ser conduzido ao cargo de Presidente Executivo. Uma posição de
poder e destaque que rapidamente se consolidaria em meio à sociedade
terraaltina e que o Gatopardo ocupou através de eleições sucessivas por quase
vinte anos.
E em todas as cerimônias de posse foi prestigiado com a presença de Cesar
Astu Ninan que, então, já era uma das personalidades mais famosas da época.
O Clube cresceu em importância e em prestígio até se converter num baluarte
de justiça e honradez, simbolizado por um brasão em que estavam
representadas a Confraria do Tabaco e outras nove confrarias fundadoras,
nomeadas com letras douradas sobre uma anilha de charuto castanha.
E a atuação do Clube conquistou um poder tão efetivo e atuou de forma tão
decisiva e amplamente respeitada pela totalidade da sociedade que em menos
de um ano era reconhecido, pelo então governador do Estado, como o
verdadeiro poder dentro do poder, tal o alcance da sua influência.