Page 190 - Girassóis, Ipês e Junquilhos Amarelos - 13.11.2020 com mais imagens redefinidas para PDF-7
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Victor que sabia exatamente o que ele estava pensando e até ousava acreditar
que sabia o que ele estava sentindo, tentou falar com ele. Com a maior doçura
de que foi capaz, começou dizendo. “___ Ouça Jacques, agora você deve se
acalmar, não fazer nada disso, não deve ir atrás dela. Apenas fique aqui e me
ouça.” Mas Jacques não deu mostras de pretender ouvi-lo, ou a quem quer
que fosse. Continuou sua movimentação irritada, meio sem saber exatamente
o que fazia e sem a menor pretensão de lógica ou bom senso. Indo e vindo pelo
quarto sem parar. Agarrava a esmo coisas de cima do toucador e trazia do
banheiro objetos de toalete, ia enfiando tudo na mochila. Não olhava para
Victor.
Victor falou de novo contra aquela decisão dele, de ir encontrar Isabeau.
“___ Jacques, escute, você não deve ir. Não será bom. Não será bom para ela e
certamente não será bom para você. Apenas fique aqui. Vamos descer para a
biblioteca, nos acomodarmos nas poltronas, tomar um bom conhaque.” “__ vamos
conversar!”
E de novo, agora com mais autoridade na voz, um tanto mais brusco.
“___Vamos conversar. Eu preciso conversar com você. Preciso,... há algo que eu
quero, ...que eu preciso falar para você Jacques.”
Mas Jacques não ouvia. Deu por terminada a pretensa arrumação da mochila
de viagem, se certificou de pegar a carteira com documentos, cartões e
dinheiro, as chaves do carro, ... calçou novamente as luvas de couro e, ... ia
sair!
Precisava ir para longe dali, onde ela não estava mais. Ia sair para procurar
Isabeau!
Então Victor reuniu no seu íntimo as forças que lhe estavam faltando e se
decidiu a fazer o que já deveria ter feito.
Colocou-se no caminho dele em frente à porta, bloqueando a saída.