Page 235 - Girassóis, Ipês e Junquilhos Amarelos - 13.11.2020 com mais imagens redefinidas para PDF-7
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Desde o topo de sua cabeça e se estendendo por todo o corpo, nascia uma
penugem macia, longa e delicada, muito mais fina do que cabelos humanos e
que ia adquirindo nuances diferentes de dourado à medida que se estendia
ficando ainda mais fina e com fios mais curtos colados mais intimamente a
pele, mas na sua totalidade com tons muito pálidos e suaves, que agora
brilhavam ao sol.
E assim, resultava disso o homem alado parecer totalmente envolvido numa
aura de luz dourado prateada que o fazia ter uma natureza ainda mais mágica,
reverberante. Como se todo ele, ao invés de ser formado por carne, penas,
cartilagens, músculos e ossos como evidentemente era, fosse, ao invés, uma
joia viva e fulgurante.
No entanto dificilmente Odaye Therak teria consciência do impacto
eletrizante que sua figura soberba, muito alta e esguia ostentando asas
imensas e com músculos bem definidos evidenciando sua fantástica força
física, causava nos observadores à espreita. E isso pela simples razão de que
Odaye Therak via a si mesmo e se reconhecia como o mais comum dos alados.
Semelhante a todos os outros indivíduos do seu povo.
Perfeitamente identificado com cada um dos cento e setenta e nove milhões,
novecentos e noventa e nove mil, oitocentos e três seres que formavam o que
se poderia chamar de civilização dos alados. Criaturas aladas fantásticas
espalhadas por três milhões e trezentos mil quilômetros quadrados de
montanhas, cavernas, platôs, planaltos e vales, numa altura média de quatro
mil metros e em incontáveis extensões de terra, entre os picos majestosos na
vastidão da Cordilheira dos Andes.