Page 237 - Girassóis, Ipês e Junquilhos Amarelos - 13.11.2020 com mais imagens redefinidas para PDF-7
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Capítulo 16 O último degrau
Cesar acordou de um sono sem sonhos e se viu deitado sobre uma cama macia
e ricamente adornada no centro de um salão escavado na rocha. Havia uma
luz suave, aconchegante, que não incomodava os olhos e Cesar podia ver por
todos os lados detalhes luxuosos e maravilhosamente confeccionados, móveis,
objetos de decoração e de uso cotidiano, feitos de metais polidos, entalhados
ou esculpidos em pedra.
Era o recém desperto do mesmo sono que ainda mantinha inconscientes seus
amigos Loop e Mahoo. Estavam os três entre extraordinários seres alados que
se moviam incansavelmente ao seu redor, provocando um leve, quase
inexistente farfalhar de penas e asas, como numa louca coreografia de algum
balé surreal.
E tudo parecia acontecer sob véus. Nada era completamente nítido, nada
tinha seus contornos e formas perfeitamente definidos. Tudo era apenas uma
possibilidade, um quase ser ou estar.
Cesar viu, ou pensou ver, três seres alados, movendo-se como se em câmera
lenta em sua direção. Muito altos, majestosos, três homens pássaros. Pensou
que se comunicavam entre si e certamente se perguntavam quem seriam eles,
o próprio Cesar e seus amigos Loop e Mahoo, estes seres estranhos. Sem asas.
Desde uma distância cautelosa observavam-nos atentamente.
Aquele que Cesar sabia ser o líder e a quem os outros chamavam de Odaye
Therak pareceu a Cesar se aproximar fixando-o com ainda maior insistência.
E Cesar se percebeu pensando que o magnífico ser parecia divertido. Como
alguém curioso em busca de revelações que prometiam ser inusitadas e talvez
até...mágicas?