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farrapos  de  películas  úmidas  a  se  refletirem  em  formações  fantásticas
                      espalhadas aqui e ali sobre o piso, paredes e teto.  E em suas andanças entre
                      os paredões de pedra chegaram ao patamar na mais alta montanha, onde,
                      agora ocultos por um vão escuro, Cesar e seus  amigos observavam Odaye
                      Therak.


                      E Odaye Therak era um ser alado.

                      Ele estava solitário naquela espécie de varanda que se estendia quase três
                      metros além dos limites da caverna em que habitava e suportava a longa
                      espera distraindose a observar a própria sombra projetada sobre o piso de
                      rocha bruta.

                      Os  raios  do  sol,  minimamente  deslocados  da  posição  em  que  marcariam
                      exatamente o meio do dia, faziam sua sombra achatar-se até se parecer à
                      silhueta de um tronco compacto, com um penacho cômico se erguendo do alto
                      da  cabeça  e  com  a  protuberância  escura  do  contorno  do  dorso  onde  lhe
                      nasciam as asas.

                      Do local próximo, camuflados entre os vãos da rocha, Cesar, Loop e Mahoo

                      espreitavam  o  ser  magnífico  e  comparavam  às  deformações  ilusórias  da
                      sombra sobre o piso de pedra aos atributos do ser real.

                      Racionalizavam  o  próprio  espanto  classificando  Odaye  Therak  como  um
                      homem com asas e Cesar reconhecia que tal descoberta ameaçava encher de
                      significado  a  sua  vida  até  ali  considerada  injustificável,  mas  agora  na
                      iminência de se justificar.

                      A isso, seguiu-se o raciocínio de que classificar o ser alado como um homem
                      com asas seria rigorosamente errado, porque nada autorizava afirmarem que
                      aquele  indivíduo  extraordinário  seria  de  fato  um  ser  humano  do  sexo
                      masculino portador de uma mutação fantástica, embora a comparação fosse
                      compreensível, dadas às similaridades nas aparências.
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