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Mas uma observação mais cuidadosa, mais detalhada, acabou por revelar
muito mais as diferenças do que as igualdades e ao final da análise a conclusão
a que chegaram foi a de que viam um enigmático, místico e maravilhoso ser
alado, com alguma semelhança aos seres humanos.
Pois Odaye Therak era, de fato, um ser alado e suas asas eram enormes...
Um par de asas imaculadamente brancas e com nuances de um brilho
prateado que o batizavam, pois este o significado do seu nome, Odaye Therak,
“O de Asas Brancas de Prata”.
Em Odaye Therak estes membros extraordinários cobriam inteiramente suas
costas como uma enorme capa dividida exatamente ao meio pela coluna
vertebral. Nasciam em um ponto a dois palmos abaixo da nuca deixando
inteiramente livres a parte superior do tronco, o pescoço e a cabeça e desciam
verticalmente ao longo da coluna até imediatamente abaixo da linha da
cintura se inclinando levemente à direita e à esquerda segundo sua localização
para a formação de cada uma das asas.
Tais asas eram cobertas por penas macias extremamente especializadas em
seu tamanho e forma e perfeitamente ajustadas umas às outras, harmoniosas,
delicadas e perfeitas. No alto, de cotovelo a cotovelo formava-se, à altura dos
ombros, uma delicada linha horizontal de cartilagem, pele e penas,
minimamente protuberante e presa a músculos tão poderosos que, estes sim,
ficavam agressivamente perceptíveis sob a pele delicada. Fazendo as asas se
parecerem exatamente a vestimentas com uma espécie de bainha no alto
como acabamento e terminando de cada lado em meias mangas por onde se
enfiavam os braços. De maneira que ao abri-los o ser alado abria também
obrigatoriamente suas asas em toda sua gloriosa extensão e quando cruzava
os braços envolvia-se sob as asas, qual sob um manto protetor.
Os antebraços lhe ficavam livres e semelhavam-se aos de qualquer ser humano
vulgar, acabando em punhos e em mãos de dedos longos, mas com unhas
enormes e afiadas como verdadeiras garras.