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Já fizera três discursos oficiais além de várias outras manifestações fortuitas
sempre em nome do seu partido e, mesmo sem citar nomes claramente, as
insinuações a Victor Gatopardo foram tão evidentes que não foi surpresa
começarem a aparecer nos muros, por toda a cidade, antigas pichações com as
frases de sentido duplo dos tempos do caso dos linchamentos dos marceneiros.
O político, a cada aparição e declaração aos jornalistas, deixava implícita a
informação de que detinha provas cabais do envolvimento de Victor e do
Clube Internacional de Havanófilos com a parte podre da comunidade Yana.
E esclarecia que esta chamada parte podre era a minoria que continuava
entrincheirada em Mayuasiri Pacha, negando-se ao saudável e muito
necessário movimento de integração que era o anseio do resto da comunidade.
Nestas declarações dava a entender que o crime de Victor era muito pior do
que a suspeita ou simples conhecimento sobre a produção da droga e sua
comercialização. Fazia referências a lucros financeiros supostamente
conseguidos com a venda de drogas e não demorou a aparecer nos muros o
nome de Victor ligado a acusações de tráfico.
Pela primeira vez na vida os jornalistas e os fotógrafos que em grupos
começaram a congestionar as estradas e chegar à Girassóis, Ipês e Junquilhos
Amarelos, permanecendo acampados nos arredores da propriedade e mesmo
invadindo os jardins, por horas e dias, faziam isso para conseguir imagens e
entrevistas com o embaixador Victor Gatopardo em detrimento do
mundialmente famoso Cesar Ninan.
E sob essa influência o caminho desde o centro de Terra Alta até a casa dos
Ipês Amarelos começou a se parecer com um corredor de hostilidades, com o
ir e vir de manifestantes que insistiam em confrontar Victor por seu
envolvimento com os Yana.
Uníssona a história dos marceneiros vítimas de linchamento ressuscitou-se a
da epidemia de gripe espanhola que os detratores de Victor conseguiram