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incessante  doar-se  e  privar-se  de  qualquer  descanso  ou  o  mínimo  desvio  da
                      atenção.  As  mães  em  servidão  num  ciclo  Samay  doam  seus  próprios  corpos,
                      inúmeras vezes, para alimentarem e agasalharem seus filhos e nutrem-nos com
                      seus próprios espíritos através dos fluxos da Aska.”


                      E a conclusão parecia ainda mais com uma sentença perpétua.

                       “E elas não podem escolher não ter seus filhos. É impossível não se tornarem
                      mães.  Os  primeiros  filhos  são  considerados  uma  obrigação  sagrada,  a
                      continuidade  da  sociedade  Res  Sas depende  disso  e  a esterilidade,  mesmo  por
                      causas naturais, é uma desgraça e uma vergonha para toda a família. Os Mantos
                      e os Livres são obrigados conceberem um primeiro filho. É uma imposição social
                      tão poderosa que ninguém ousa contrariar. A lei Res Sas garante o direito de
                      escolha a partir do segundo filho que podem optar por terem ou não, mas em caso
                      de  decidirem  por  não  criarem  uma  segunda  criança  assumem  a  obrigação  de
                      seguirem o caminho espiritual dos Pacha Samay por um período de três a cinco
                      anos, para só então terão a permissão de se dedicarem a outros interesses. E apesar
                      do que diz a lei a verdade é, que para as mulheres Mantos, não há essa escolha,
                      não há possibilidade de libertação.”

                      “Para elas, apesar do que prevê a lei, não há a possibilidade de furtarem-se ao
                      sacrifício  do  segundo  filho  e  em  consequência  de  servirem  num  segundo  ciclo
                      Samay. E qualquer tentativa nesse sentido provoca uma violenta condenação da
                      sociedade.  Sofrem  todo  tipo  de  humilhações  e  constrangimentos  e  um  cruel
                      linchamento moral, que em casos extremos, chega às agressões físicas. Além de ser
                      um  escândalo  de  proporções  descomunais.  Arruínam  suas  vidas  e  as  de  suas
                      famílias.”


                      “É fácil de entender o sacrifício das Mantos quando sabemos que os alados da
                      raça Manto correspondem a menos de dez por cento do total de indivíduos Res Sas.
                      Qualquer criança Manto é portanto de uma importância extraordinária, para a
                      sociedade em geral para a continuidade do cultivo da Ninassisanuna e também
                      para a perpetuação da sua raça”
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