Page 375 - Girassóis, Ipês e Junquilhos Amarelos - 13.11.2020 com mais imagens redefinidas para PDF-7
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as palavras, a mágoa, o inconformismo, o medo, a revolta e finalmente a
certeza da fatalidade.
“__Os anciãos se mantém isolados em Mayuasiri Pacha,” continuou Victor,
“__estão enclausurados no templo central, mantém famílias lá, estimamos até mil
e quinhentas pessoas trancadas no complexo que JM.Yana descreve como tendo,
além dos quatro andares visíveis, mais dois andares subterrâneos. Só podemos
supor que permanecem no interior do templo por vontade própria. Mas há
crianças, pelo menos oitocentas crianças menores de doze anos, há mulheres e
velhos e JM.Yana está convencido, e eu também, que os anciãos os estão mantendo
como reféns e planejam uma ação desesperada se o lugar for invadido.”
E, às declarações cheias de medo de Victor a voz de Nuna Sapaki insistia em
fazer eco. Com palavras rigorosamente diferentes, o sentido e o temor do alado
eram idênticos aos do Gatopardo. Ele dizia, “__ ... pode haver uma ação
desesperada se os Livres chegarem aos cumes mais altos, se o templo Aska for
invadido.” Afirmava um atormentado Nuna Sapaki.
Victor Gatopardo continuava.
“__Não posso substimar o fanatismo dos anciãos e o perigo que isso representa.
São incontroláveis, imprevisíveis. Uma invasão a Mayuasiri Pacha poderá
resultar numa tragédia sem precedentes.”
“__confesso a você, Cesar, que pela primeira vez na vida, não sei o que fazer.”
E a energia diáfana de Nuna Sapaki em palavras precisas, confirmava,
“__o templo Aska é um lugar sagrado só permitido aos líderes Pacha Samay, aos
guerreiros Hanã e ao próprio AntZiien Odaye Therak,” e o velho alado concluía,
“...apenas Mantos da mais alta estirpe tem permissão para entrar ali, uma
invasão dos Livres pode provocar uma tragédia sem precedentes.”
Victor continuava seu monólogo conformado por apenas ter Cesar próximo,
ainda que não pudesse esperar nenhuma ajuda dele, nenhum consolo.