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Assim se passaram os anos na pequena casa branca da ilha toda branca, onde
Cesar e Rosário Centeño se bastavam em seu trabalho.
Rosário, após os primeiros anos de dedicação exclusiva às pesquisas em ajuda
ao projeto de Cesar começou a dividir seu tempo para se dedicar as suas
próprias composições e com apoio e decisiva ajuda dele, a investir em uma
carreira apenas sua.
Era talentosa e conseguiu êxito. Ausentava-se por vários dias todos os meses
quando ia fazer suas audiências ou suas apresentações. Ela foi reconhecida e
renomada por seu trabalho e sua proximidade com o mundialmente famoso
Cesar Astu Ninan, além da amizade com León Tiithee lhe valeram muita
visibilidade e prestígio.
Cesar, ao contrário, nunca saía da sua ilha toda branca.
Vivia ali uma vida pacata, mas uma vida cheia, significativa pela missão que
ele se propunha. Pouco importando seus resultados, porque a verdade é que
após tantos anos, Cesar começava a encarar a possibilidade de nunca ter
resultados.
No outono em que completaria oitenta e sete anos, Cesar se preparou para a
chegada da morte porque havia combinado com ela que essa seria a idade
ideal para ele acompanha-la. Não a temia, na verdade ansiava por recebê-la
para reencontrar Victor. A verdadeira alma de Victor, não apenas uma
criação da sua mente e da ânsia do seu coração.
Mas a morte não veio. E também não veio durante toda a década seguinte.
Então, quando Cesar já contava noventa e oito anos uma queda nas pedras
durante uma das muitas excursões para gravar o luar minguante sobre as
ondas, provocou-lhe uma fratura no fêmur que nunca se solidificou
apropriadamente e Cesar passou a precisar de uma cadeira de rodas. Ainda