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conceberia somente como uma criação altamente subjetiva. E depois: o que
é para nós, em geral, uma lei natural? Não a conhecemos em si, mas só em
seus efeitos, isto é, em suas relações com outras leis da natureza que, por
sua vez, só são conhecidas por nós como somas de relações. Logo, todas
essas relações nada mais fazem que reenviar sempre e novamente uma para
outra e, no que se refere à sua essência, são para nós completamente
incompreensíveis; só os elementos que comportamos, o tempo, o espaço,
isto é, relações de sucessão e de números, nos são realmente conhecidos.
Mas tudo o que é maravilhoso e que olhamos justamente com
espanto nas leis da natureza, o que comanda nossa explicação e poderia
nos conduzir à desconfiança para com o idealismo, só se encontra
precisamente no rigor único da matemática, na inviolabilidade única das
representações do espaço e do tempo. Ora, nós produzimos estas em nós e
fora de nós com essa necessidade segundo a qual a aranha tece sua teia; se
somos obrigados a conceber todas as coisas somente sob essas formas, não
é de espantar que só captemos exatamente essas formas: pois, todas elas
devem conter as leis do número e o número é precisamente o que há de mais
espantoso nas coisas. Toda a legalidade que nos é imposta tanto no curso
dos astros como no processo químico coincide no fundo com essas
propriedades que nós próprios concedemos às coisas, de forma que, por
esse fato, nós próprios nos impomos a elas. Disso decorre, sem dúvida
alguma, que essa formação artística de metáforas, pela qual começa em nós
toda sensação, pressupõe já essas formas e está assim realizada nelas; é
somente a partir da firme perseverança dessas formas originais que pode
ser explicada a possibilidade segundo a qual pode em seguida ser
constituída uma construção de conceitos a partir das próprias metáforas.
Essa construção é uma imitação das relações do tempo, do espaço e do
número no terreno das metáforas.
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Na construção dos conceitos trabalha originariamente, como vimos,
a linguagem e mais tarde a ciência. Como a abelha trabalha ao mesmo
tempo em construir dos favos e enchê-los de mel, assim também a ciência
trabalha sem cessar nesse grande pombal dos conceitos, no sepulcro das
intuições e constrói sempre novos e mais altos andares, dá forma, limpa,
renova os favos velhos e se esforça particularmente por encher esse