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Todos os instintos ligados ao prazer e ao desprazer — não pode aí
haver um instinto da verdade, isto é, de uma verdade completamente sem
conseqüências, pura, sem emoção; porque aí cessaria prazer e desprazer e
não há instinto que não pressinta uma alegria em sua satisfação. A alegria
de pensar não demonstra um desejo de verdade. A alegria de todas as
percepções sensíveis consiste no fato de terem sido conseguidos por meio
de raciocínios. O homem nada sempre até esse ponto num oceano de
alegria. Em que medida, contudo, o silogismo, a operação lógica
preparam a alegria?
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O impossível nas virtudes.
O homem não saiu desses instintos superiores, todo o seu ser revela
uma moral covarde, passa por cima de seu ser com a moral mais pura.
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Arte. Mentira piedosa e mentira gratuita. Reconduzir, contudo, esta
última a uma necessidade.
Todas as mentiras são mentiras piedosas. A alegria de mentir é
estética. De outra forma, só a verdade tem prazer em si. O prazer estético,
o maior, porque, sob a forma de mentira, diz a verdade de uma maneira
perfeitamente geral.
O outro conceito de personalidade diferente daquele das ilusões
necessárias à liberdade moral, a tal ponto que mesmo nossos instintos da
verdade se baseiam no fundamento da mentira.
A verdade no sistema do pessimismo. O pensamento é algo que
mais valia não existir.
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