Page 30 - Os Lusiadas Contados as criancas e lembrado ao povo
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se como leoa ferida a quem roubam os leõezinhos, em auxílio da hoste já

                  cercada...


                  «Todos os seus soldados o acompanham; e sem medo de perder a vida,

                  atiram-se para o meio dos inimigos.

                  «Luta o Rei castelhano,  e os seus milhares de valentes, desesperados e

                  raivosos.

                  «Mas,  apesar  de  serem  muitos  mais  do  que  os  nossos,  não  resistem  á


                  coragem lusitana.

                  «Cai no pó a bandeira de Castela, morto o guerreiro que a levantava no ar.

                  «São vencidos os Castelhanos. Fogem, recuam, somem- -se dos campos de

                  Aljubarrota.

                  «Perseguem os Portugueses os últimos fugitivos, cujas blasfémias e queixas


                  ficam pairando no ar...

                  «Nun’Álvares  ainda  chegou  a  terra  de  Espanha,  correndo  atrás  dos

                  adversários. E aí mesmo os desbaratou, gloriosamente.

                  «Alguns anos durou ainda a luta; mas por fim os Castelhanos desistiram de

                  nos incomodar. A paz estabelece-se então, serena e próspera...


                  «D. João I, livre dos inimigos próximos, lança seus navios à conquista das

                  terras existentes para além do Oceano. Passa para a África do Norte os seus

                  soldados, conquistando a rica e bem defendida Ceuta, e expulsando de lá

                  os  Mouros,  que  estavam  sempre  a  ameaçar  a  Península  com  novas

                  invasões.


                  «Não viveu D. João I muito tempo depois desta última façanha. Mas seus

                  filhos, grandes como ele, continuaram a engrandecer e a honrar Portugal:

                  «D.  Duarte,  que  foi  Rei;  D.  Fernando,  o  Infante  Santo,  que  os  Mouros

                  prenderam e queriam depois soltar se Ceuta lhes fosse restituída, coisa que

                  ele mesmo não consentiu, morrendo na prisão; D. Pedro, o que foi correr
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