Page 157 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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nos jornais, sabe. Eu vim aqui para te ajudar. Se você estiver nessa desde o

                começo, pode ser bom para a sua carreira.
                  – Justo. E você está certo. Existem procedimentos. Mas eu tenho que falar
                com meu chefe. Ele vai precisar falar com o chefe dele e blá-blá-blá.

                  – Então, o que está dizendo? Que não pode ajudar?
                  – Posso. Mas pela manhã. Me dê os detalhes que tem, e eu aciono a cadeia

                de comando para que lidemos com isso logo pela manhã.
                  – Isso é grande, Slattery. Não estrague tudo.

                  – Ei. Por que eu faria isso? Como você disse, pode ser bom para minha
                carreira.

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                  A chuva cai com força no momento em que Mcavoy chega ao motel fora
                da  cidade.  É  um  pardieiro,  um  lixão  encarapitado  na  lateral  da  rodovia,

                quase invisível até passar por ele.
                  Há três carros no estacionamento: um velho Lincoln, uma station wagon

                antiga, e uma Mercedes novinha em folha. Mcavoy suspira.
                  – Bela maneira de ser discreto, idiota.

                  Ele estaciona ao lado da Mercedes, admirando-a pelos pingos de chuva da
                janela.  É  um  belo  carro.  Aposta  que  os  assentos  são  de  couro.  Com
                aquecedor. E aquelas coisas que massageiam as costas.

                  Toma um gole do cantil de alumínio e acalma os nervos, se certificando de
                que tem tudo de que precisa para fazer o acordo.

                  Um  gravador  digital.  Certo.  Goma  de  mascar  para  se  livrar  do  bafo  de
                uísque. Certo.
                  Enfia um chiclete na boca e sai do carro. São praticamente três passos até

                a porta, mas ao chegar lá já está ensopado. Ele sacode a água, e xinga pelo
                fato de ter 47 anos e ainda não ter comprado um guarda-chuva. Que merda

                é  essa?  Quando  é  que  vai  levantar  a  bunda  e  comprar  as  coisas  de  que
                realmente  precisa?  Como  guarda-chuvas.  E  panos  de  prato.  Coisas  de

                adulto.
                  Bate na porta.

                  – Sou eu! Mcavoy!
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