Page 173 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Ben franze a testa.

                  – Não entendo. Por que então não há papelada? Um caso fácil.
                  –  Porque,  assim  que  o  autor  do  crime  foi  identificado,  foi  o  inferno  na
                terra.

                  – Quem foi o autor?
                  – Conhece o Vereador Boyd?

                  Ben olha surpreso para Decker. Todos sabem quem o Vereador Boyd é.
                Ele costumava ser um detetive do DPNY, mas decidiu largar tudo e partir

                para a política. Há rumores de que ele está nas mãos do novo chefão da
                máfia,  o  cara  que  assumiu  depois  que  Rigoletto  desapareceu  alguns  anos

                atrás.
                  Rei do Crime. Esse é o nome dele, e é tudo que todo mundo sabe sobre
                ele. Ben tentou descobrir mais, mas não teve sorte.

                  – O Vereador Boyd atirou em alguém?
                  Decker olhar rapidamente para os lados para se assegurar de que ninguém

                está ouvido.
                  – Fala baixo. Mas não. O filho dele atirou. Eddie Boyd.

                  Ben se recosta no banco e assobia.
                  – Exatamente – diz Decker. – Dizem que o Vereador está de olho no cargo

                de  prefeito.  E,  como  você  pode  imaginar,  ele  não  ficaria  muito  feliz  se
                alguma palavra sobre isso escapasse.
                  – Então você está dizendo que ele usou sua influência política para liberar

                o filho depois que ele matou alguém?
                  Decker não diz nada.

                  – E… mandaram você ficar quieto?
                  Decker faz um gesto fechando o zíper da boca.

                  – Ou…?
                  – Ou perco minha pensão.

                  – Mas… deve haver algum tipo de prova. Relatório de prisão. A câmera
                no carro do policial. As câmeras na delegacia…
                  – Tudo se foi. Como se nunca tivessem existido.

                  Ben se recusa a acreditar nisso. Não pode ser assim tão fácil encobrir um
                assassinato.
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