Page 178 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Ben tenta não se sentir insultado.
– O que você quer?
– Você ainda conhece aquela garota no escritório do legista?
– Talvez. Por quê?
– Preciso rastrear um assassino. Um cortador de gargantas. Mas… com
uma arma estranha. Ou um estilo estranho. O assassino não corta a garganta
toda – ele parece apunhalar a artéria com uma faca de mais ou menos dois
ou três centímetros de largura.
– Jesus, você não está querendo muito, não? Até quanto tempo atrás?
Ben pensa.
– Tente cinco anos. Veja o que ela consegue encontrar.
– Você sabe que eu vou ter que levá-la para jantar?
– E…?
– E você vai pagar.
– Feito.
– E não tô falando de quilão na esquina. Falo de um restaurante chique de
verdade. Gourmet.
Ben estremece, pensando na conta bancária. Mas não tem escolha.
– Feito. Quando é que você me liga de volta?
– Eu te aviso. Agora some. Preciso do meu sono de beleza.
Ben ri.
– Precisa mesmo.
Ele desliga antes que Erin tenha chance de insultá-lo também. Realmente
tem esperança de que o contato dela encontre algo útil. A mulher trabalhava
como escrivã no Departamento de Polícia de Nova York, mas cansou de
ficar o dia todo com a bunda na cadeira ouvindo as terríveis coisas que
aconteciam. Ela largou o emprego, mas sua lista de contatos é longa e
variada. Hoje em dia, é secretária de um investigador particular/cobrador de
dívidas. Ela contou para Ben que o cara é um completo babaca, mas ela o
está usando para aprender os macetes – quer se tornar uma investigadora.
Ele verifica suas anotações uma última vez, mas não há nada mais que
possa fazer essa noite. Arrasta-se para a cama e adormece.
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