Page 181 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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– O quê? – pergunta Erin.

                  Ben balança a cabeça, ainda pensando. As datas coincidem. Todos mortos,
                Gabe incluso, no mesmo dia, de acordo com os relatórios da autópsia. O Rei
                do Crime faz sua jogada e manda seu assassino de estimação acabar com

                todos que são leais a Rigoletto? Talvez Mcavoy tivesse uma pista sobre as
                mortes, foi investigar – e acabaram com ele.

                  Então  o  Detetive  William  Boyd  passa  a  ter  um  aliado  muito  mais
                poderoso: o cabeça da máfia da Cozinha do Inferno. Boyd subiu de cargo na

                polícia, até que decidiu que não era mais isso que queria. Queria algo maior.
                  Ele  abandonou  a  polícia  e  concorreu  à  prefeitura.  Seus  oponentes

                oportunamente se retiraram da disputa, todos eles. Que sorte.
                  Ele se tornou um Vereador, bastante poderoso, e então seu filho foi e fez
                algo muito, muito estúpido. Matou um viciado. O crime foi testemunhado

                por um policial, e ele foi preso. Foi levado à delegacia, mas Boyd ainda
                tinha amigos na força. Entrou em contato e enviou seus lacaios da pesada

                para soltarem seu filho, garantindo que todos tivessem entendido que tudo
                aquilo nunca aconteceu. E se certificou de que o policial que o prendeu não

                saísse falando, e pediu um grande favor ao seu amigo, o Rei do Crime.
                  Então, isso significa que Ben pode ter acabado de encontrar uma ligação

                direta entre o Vereador William Boyd e esse Rei do Crime? Se ele puder
                encontrar provas – algo ligando a máfia a Boyd…
                  Ou, ainda melhor, provando que eles deram conta dos oponentes de Boyd.

                  Ben  se  recosta,  olha  sem  expressão  para  a  mesa.  Isso  é  enorme.  Isso  é
                Bernstein e Woodward, de tão enorme.

                  Erin estala os dedos na frente do rosto dele.
                  – Ei. Terra para Urich. Está aí, cara?

                  Ben pisca. Lembra-se de respirar.
                  – Sim, sim, desculpa.

                  Ele  olha  nervoso  ao  redor,  certificando-se  de  que  ninguém  está
                observando. Está sendo paranoico, e sabe disso, mas a paranoia é algo com
                o qual ele terá de se acostumar agora se quiser se manter vivo.

                  – Erin, me escute. Você e sua amiga. Vocês não podem contar a ninguém a
                respeito disso. É sério. Suas vidas estarão em risco.
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