Page 175 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Atrás, há uma minúscula varanda com entrada para a cozinha. A porta dos
fundos está escancarada. A luz vaza para o lado de fora, iluminando a
madeira apodrecida da varanda.
E um pé descalço.
Ben congela. Seus olhos percorrem do pé até em cima da figura caída
sobre uma cadeira de plástico.
Barton. Sabe que é ele. Viu seu rosto na internet quando estava
procurando pelo endereço.
Ben se aproxima e vê a mancha escura de sangue na camiseta de Barton.
Sua garganta foi cortada.
Ben tenta acalmar a respiração. Olha ao redor, verificando
cuidadosamente os arredores e, então, avança para investigar o corpo,
certificando-se de não pisar na poça de sangue no chão de madeira.
O corte é esquisito – mais parecido com uma facada. Tem cerca de uns
três centímetros, e foi feito diretamente na artéria. Certeiro. Preciso.
Há uma seringa enfiada no braço de Barton. Por quê? Será que ele estava
se drogando quando foi atacado? Ou será que a seringa foi colocada nele
depois de morto? É algum tipo de mensagem, talvez?
Agora que Ben está mais próximo, pode ver a parafernália de drogas na
mesa: um pequeno saco com pó branco; uma colher de chá manchada de
preto. Papel-alumínio. Um isqueiro.
Inclina-se para a frente e inspeciona o braço de Barton. Há marcas de
injeção frescas nele, mas há mais alguma coisa. Um hematoma leve. Quase
como se ele tivesse sido segurado.
Ben não sabe ao certo o que está vendo. Um roubo? Uma venda de drogas
que deu errado?
Ou é muito pior que isso?
Algo a ver com sua última prisão?
Quanto mais Ben olha para isso, mais suas suspeitas se aprofundam. É
muita coincidência que ele tenha morrido uma noite depois de ter prendido
Eddie Boyd. Isso deve ter sido feito para evitar que a notícia vaze. Ben olha
ao redor, nervoso. Se o Vereador William Boyd está disposto a fazer algo