Page 197 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Ele segura a garganta, emitindo um ruído horrível de ar se esvaindo. Matt o

                puxa para cima pela camisa, certifica-se de que está bem seguro, e esmaga a
                cabeça do cara na parede, abrindo um buraco no gesso.
                  Matt  se  levanta,  pensando  criticamente  sobre  sua  obra.  Nada  mal.  Dois

                golpes,  sem  contar  o  fato  de  atirá-lo  contra  a  parede  e  passar  a  rasteira.
                Limpo. Preciso. Matt gosta disso.

                  A  porta  do  segundo  apartamento  se  abre  e  um  homem  com  cara  de
                aterrorizado cambaleia para o corredor segurando uma câmera. Ele tem os

                cabelos escuros, usa óculos e tem um rosto fino, alongado.
                  – Tem mais? – Matt exige saber.

                  O homem se vira.
                  – O… o quê?
                  – Tem mais como ele? – Matt aponta para a figura inconsciente aos seus

                pés.
                  Ouve um ruído vindo lá de baixo. Matt corre até a escada e olha por cima

                do  corrimão.  Umas  figuras  entram  correndo  da  rua,  talvez  atraídas  pelos
                disparos. Onde diabos estavam se escondendo? Ele conta três caras, e então

                volta e agarra o cara com a câmera.
                  – Qual seu nome?

                  – Ben.
                  – Ben. Sou Matt. Temos que subir.
                  Matt sente a hesitação.

                  – Você… você não está olhando para mim – diz Ben. – Você… você é
                cego?

                  – Mickey! – grita uma voz de dentro do apartamento. – Você o pegou?
                  – Não há tempo, Ben – Matt diz. – Se quer viver, é melhor me ouvir.

                  – Sim, mas… você não pode ver nada.
                  –  Você  sabe  o  que  dizem.  Quando  se  perde  um  sentido,  os  outros

                compensam. Siga-me.
                  Matt sobe a escada três degraus por vez. Há apenas mais um andar sobre
                eles.  Ele  chega  ao  patamar.  Merda.  Não  há  acesso  ao  telhado  como  ele

                esperava. Apenas a janela. Terá que servir.
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