Page 199 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
P. 199

A madeira vira pó. Ben olha em choque para as mãos, enquanto o cara

                agarra novamente o cano de metal e o golpeia, atingindo Ben na cabeça.
                Ben se contorce para a frente e o capanga se volta para Matt.
                  Mas Matt já está em movimento. Ele ataca e derruba o cano. O capanga

                cambaleia para trás, e então pega algo no cinto.
                  Matt  acha  que  ele  tem  outra  arma,  mas  suas  mãos  surgem  com  duas

                adagas. Ele as gira com habilidade e avança na direção de Matt, atacando-o
                por ambos os lados com elas. Matt desvia e rodopia, suando os antebraços

                para  bloquear  o  ataque.  Sente  a  lâmina  cortar  sua  pele  duas,  três,  quatro
                vezes.

                  Dá  um  chute  no  estômago  do  capanga  e  ouve  o  ar  sendo  expelido.  Ele
                cambaleia para trás, largando uma das facas. Matt a pega. Ele a gira para
                que possa segurá-la pela lâmina – e então a atira direto no rosto do capanga.

                  O homem desvia para o lado. Matt já está correndo, seguindo seu péssimo
                arremesso. Eles colidem, e Matt agarra o pulso do cara e bate a mão dele

                contra a parede. A segunda adaga cai com um baque.
                  Um súbito grito vindo da porta – os outros dois homens estão correndo na

                sua direção.
                  Matt hesita, e então direciona o joelho para o estômago do capanga e o

                empurra para longe. Ben está grogue, tentando se levantar. Matt o segura,
                empurrando-o na direção da janela.
                  – Fora. Não é uma queda longa. Rápido.

                  Ben, ainda tonto do golpe, faz como instruído. Senta-se na beira, vira-se e
                cai. Matt o segue, se virando e se abaixando para passar pela janela. Segura-

                se  ali  por  um  segundo,  balançando  para  um  lado  e  para  o  outro,  e  então
                solta.

                  O ar assobia em seus ouvidos. Ele atinge a pilha de lixo, lembrando-se de
                dobrar os joelhos quando chegar ao chão. Seus dentes batem. Sente o gosto

                de sangue na boca. Ele rola para o lado, para longe do muro.
                  Ben  já  está  se  levantando,  respirando  fundo,  trêmulo.  Matt  segura  seu
                braço e o guia na direção da saída do beco.

                  Param na entrada. Só para garantir que não há mais capangas esperando.
                  – Você tem carro? – pergunta Matt.
   194   195   196   197   198   199   200   201   202   203   204