Page 195 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Matt vira a cabeça. Disparos. A meio quilômetro dali. Ele localiza o lugar,

                espera e observa.
                  Crack!
                  Matt  hesita  apenas  por  um  momento,  e  então  sai  correndo  a  toda

                velocidade,  atravessando  o  telhado  do  prédio  até  a  beirada.  Salta  pelo
                espaço entre os edifícios, voando pelo ar, e aterrissando em um pedaço de

                encanamento. Escorrega, cambaleia, cai de joelhos, e desliza. Ele faz uma
                careta e se obriga a levantar de novo, ganhando velocidade.

                  O  prédio  seguinte  é  mais  baixo.  Ele  pula  a  distância  e  cai  um  andar.
                Continua,  saltando  uma  parede,  descendo  outro  andar.  Para.  O  próximo

                edifício é quinze metros mais alto. Não há como subir ali. Em vez disso, ele
                salta o vão e segura a beirada de uma janela. Ergue-se, abrindo a janela com
                apenas uma mão.

                  Ele entra por ela, levanta-se e dá de cara com uma senhora.
                  – Minhas desculpas, madame. Estou apenas de passagem.

                  Ela se aproxima dele com uma frigideira cheia de óleo e ovos fritos ainda
                estalando no metal. Ela golpeia, lançando os ovos no ar. Matt desvia, corre

                até a porta da frente e sai, cruzando o corredor até o apartamento da frente,
                e corre até a janela de uma sala de estar deserta cheia de revistas e jogos de

                computador.  Abre  a  janela,  inclina-se  para  fora.  Uma  velha  escada  de
                incêndio  está  presa  à  parede  dois  cômodos  para  a  frente.  Matt  sobe  na
                beirada da janela e se lança para o lado. Seus dedos seguram os canos da

                escada.
                  Está coberto de gelo. Suas mãos escapam dos canos. Ele escorrega e tenta

                se segurar na escada novamente. A dor atravessa suas mãos. As canelas se
                chocam contra o metal. Mas ele não consegue se segurar. Inclina-se para a

                frente e envolve a escada com os braços e os cotovelos dolorosamente se
                esfregam  contra  o  metal  enquanto  desliza  para  baixo.  Ele  não  consegue

                parar  o  impulso  completamente,  mas  é  o  suficiente  para  desacelerar  a
                descida.
                  Ele cai os últimos três metros e atinge o chão com força, rolando sobre um

                monte sujo de neve. Ele se levanta, esforçando-se para recuperar o fôlego, e
                corre para fora do beco, seguindo na direção da rua até o prédio de onde
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