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conseguinte, pequena era a ocupação na cidade   arqueológica  no  sítio,  principalmente  na  chamada
                alta, mesmo no recinto fortificado. na amostra foram   “área do Grotão”, uma área íngreme, de difícil acesso,
                indicadas as casas já existentes em agosto de 1551,   comprovaram que espaços desse tipo foram mais
                as quais foram construídas nas quadras resultantes   aproveitados para a construção de moradias a partir
                da locação de ruas feita pelo mestre das obras da   do século XVII, o que verificamos por meio das fontes
                cidade (n. 1). nas mesmas quadras, as que estavam   secundárias.
                já parcialmente ocupadas, povoadas, tinham 8
                                                             Quanto aos sistemas construtivos utilizados no primeiro
                (oito) casas no máximo e 6 (seis) no mínimo, o que
                                                             núcleo urbano de Salvador, os materiais empregados
                era, de fato, muito pouco. Delas, somente 10 (dez)
                                                             seguiriam uma ordem de disponibilidade local:
                eram de taiparia, sendo as demais de pedra de mão
                e de madeira e barro e feno, o que é compreensível,   pedra e cal, pedra e barro, taipas ou madeira, como       UMA VISÃO HISTÓRICA DA ÁREA DO PROJETO
                visto sabermos que só recentemente começara     melhor puder ser de maneira que seja forte’, por
                a  fabricação de  cal  e a  exploração  de pedreiras,   conseguinte, a resistência dos materiais teria de ser
                reservando-se o uso da alvenaria de pedra com   considerada .
                                                                          6
                cal para os edifícios públicos, que eram, como
                se  observa, as  únicas edificações  cobertas  de   Para além da preocupação com os materiais
                telha cerâmica. Com o correr do tempo é que   construtivos, nos interessava entender como e quando
                semelhantes técnicas construtivas seriam utilizadas   o aterro construtivo viria a se tornar uma opção viável
                na arquitetura civil privada .               para o nivelamento do terreno em áreas íngremes no
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                                                             Centro Histórico de Salvador. Um relato de  Teodoro
            Os relatos de época demonstram que a densidade   Sampaio sobre os limites da cidade ajudou a responder
            de construções e ocupação da cidade alta ainda era   parte dessa questão: o aterro formado por entulho
            pequena no ano de sua fundação, contando essa    foi utilizado desde os primórdios da construção de
            região com uma população ainda incipiente. Tal fato é   Salvador. A outra parte da questão só seria respondida
            comprovado por carta datada de 30 de abril de 1549,   pela documentação referente ao século XIX. A seguir, as
            destinada ao rei por Antônio Cardoso de Barros, então   palavras de Sampaio (1949, p. 184):
            provedor-mor da Fazenda. Luís Dias informava ainda
            sobre a possibilidade da construção de outras casas no   entre o começo da rua da  misericórdia, na praça
            local: “muitas  casas se podem fazer nestas ladeiras se   do Palácio, e o largo do  theatro, onde o terreno
            isto houver de ir avante” . Os trabalhos de escavação   começava a descer, no extremo sul. neste âmbito
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                                                                tão pequeno abriram-se quatro portas, flanqueadas
                                                                por baluartes improvisados: a que abria para o
             4  FUNDAÇÃO Gregório de Mattos; Universidade Federal

             da Bahia; Centro de Estudos de Arquitetura na Bahia.   norte, no começo da rua da  misericórdia,  onde
             Evolução física de Salvador: 1549 a 1800. Salvador: Pallotti,   havia depressão natural do terreno, servindo de
             1998, p. 50. (Edição especial.)                                                                                 39
             5   Idem, ibidem, p. 51.                         6   Idem, ibidem, p. 48.





            Programa monumenta – IPhan
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