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encontramos evidências de conexões na galeria. As dos novos modos de viver (Lemos, 1996, p. 44), já
dimensões desse imóvel e as técnicas construtivas emergentes em meados do século anterior (Algranti,
nele empregadas remetem sua edificação original a 1997, p. 117, 120, 153). No registro arqueológico, muitas
fins do século XVIII, conforme também indica o registro evidências de estruturas construtivas isoladas e sem
arqueológico. A referida canalização atravessa as função aparente não se associam com as subdivisões
estruturas de fundação da casa, o que permite afirmar do espaço interno da edificação, que provavelmente
que ela foi construída antes do século XIX. Reforçam abrangia outros lotes, fato que se repete em diversos
esse argumento fontes iconográficas que mostram a imóveis pesquisados no Centro Histórico de Salvador,
ocupação do local em 1785. com recorrência de elementos arquitetônicos do século
XIX (Najjar e Silva, 2007, p. 66-79).
Partindo do pressuposto de que o imóvel é do século
XVIII, ele necessariamente sofreu transformações/ As dimensões daquela edificação agregavam uma área
reformas através do tempo – alterações geradas com ao seu redor correspondente também à rua Guedes
as mudanças das moradias no século XIX, decorrentes de Brito – o que nos permite fazer essa afirmação são
Figura 3 – Planta da
Cidade do Salvador em
1785, elaborada por
José Azevedo Galeão
(Simas Filho ,1998, p.
135). Quarteirão 22
destacado pelo círculo
em vermelho. A casa
15 está destacada
no detalhe por um
quadrilátero em verde.
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